O Movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) do Brasil realiza durante esta semana uma programação pelo embargo militar a Israel, com mobilizações marcadas em Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Florianópolis e Belo Horizonte a partir da próxima terça-feira (02/07).
As manifestações fazem parte da campanha pelo fim dos acordos militares entre Brasil e Israel, com o apoio de mais de 100 organizações, partidos políticos, sindicatos e movimentos populares.
Segundo a organização da iniciativa, formada por Andressa Soares (BDS Brasil), Cassia Bechara (MST), Daniela Fajer (Vozes Judaicas por Libertação), Soraya Misleh (Frente em Defesa do Povo Palestino São Paulo) e Ualid Rabah (FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil), “o objetivo é pressionar o governo para o rompimento imediato dos acordos militares e de segurança pública com o Estado de Israel”.
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Assim, a semana pelo embargo militar a Israel começa nesta terça-feira (02/07) com um ato em Salvador, na Bahia, convocado pelo Comitê Baiano de Solidariedade ao Povo Palestino. A concentração começa às 7h30 no Monumento à Maria Quitéria.
Já na quarta-feira (03/07), também marcado como o dia nacional de mobilização, no Rio de Janeiro a ação acontece a partir das 9h30 na Cinelândia, convocada pela Cúpula dos Povos Frente ao G20.
Em São Paulo, convocada pela Frente em Defesa do Povo Palestino SP às 17h, a manifestação ocorre na Avenida Sargento Mário Kozel Filho (na calçada da Assembleia Legislativa de São Paulo, em frente ao Comando Militar do Sudeste II Exército).
Já em Belo Horizonte, acontece uma audiência pública às 16h na Assembleia Legislativa de MG, organizada pelo Comitê Mineiro de Solidariedade ao Povo Palestino.
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Agenda de mobilizações na Semana pelo Embargo Militar a Israel
Na região Sul, convocada pela Frente Gaúcha de Solidariedade ao Povo Palestino, a mobilização acontece em Porto Alegre a partir das 17h; e a partir das 18h em Florianópolis, no Complexo Cultural Tangerina, em Campeche – com organização do Comitê Catarinense de Solidariedade ao Povo Palestino Khader.
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Acordos entre Brasil e Israel preveem compra ou venda de armas, munições e outros equipamentos militares e podem ajudar financiamento de ofensiva em Gaza
Quais são os acordos entre Brasil e Israel?
Os acordos foram firmados durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022) e mantidos pela administração de Lula. Eles preveem compra ou venda de armas, munições e outros equipamentos militares, além de softwares e tecnologias ligadas ao setor de segurança, de acordo com os Projetos de Decreto Legislativo 228/2021 e 554/2021.
A campanha acontece em meio aos 60 dias de suspensão da assinatura do contrato de licitação do projeto VBC OAP 155 mm SR, avaliado em quase R$1 bilhão, entre o Exército Brasileiro e a empresa israelense Elbit Systems para a compra de 36 viaturas blindadas de obuseiros 155 mm.
“É obrigação do Estado brasileiro eliminar a empresa Elbit Systems e suas subsidiárias de todos os processos licitatórios em curso por participação em crimes de guerra e genocídio”, insta o BDS a Opera Mundi.
Segundo os representantes, o presidente Lula teria garantido o acordo, mesmo com oposição de setores do Partido dos Trabalhadores (PT) e de movimentos sociais pró-Palestina. Assim, as negociações com uma das principais fornecedoras de equipamento militar para o exército de Israel devem ser retomadas na segunda semana do mês de julho e, caso isso se confirme, ajudarão a expandir os lucros da empresa.
Outro objetivo da campanha é que o governo brasileiro cancele o contrato com a Israel Aerospace Industries (IAI), que pode chegar a R$86 milhões de reais, para manutenção de drones, um contrato que foi consolidado devido através pela via presumida da inexigibilidade de licitação.
Além disso, o BDS procura atingir a exportação de petróleo para Israel. “O Brasil é um dos dos principais fornecedores, abastecendo os jatos e os tanques usados nos ataques genocidas”, declara.