O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, condenou os ataques aéreos de Israel ao campo de refugiados de Jabalia, na Faixa de Gaza, que resultaram em dezenas de mortes e centenas de feridos.
Nesta quarta-feira (01/11), em comunicado lido pelo porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, Guterres se disse “horrorizado” com a escalada de violência e apelou às partes para que “respeitem o direito internacional”. O líder das Nações Unidas afirma condenar “nos termos mais duros qualquer assassinato de civis”.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) confirmaram o bombardeio ao campo de Jabalia na tentativa de liquidar um dos chefes do Hamas, que teria comandado a primeira ofensiva em 7 de outubro, e justificaram as mortes de civis como uma “tragédia de guerra”. O porta-voz militar israelense, tenente-coronel Richard Hecht, afirmou à imprensa que o ataque teve como alvo “um comandante muito graduado do Hamas”.
Nas redes sociais, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos relatou que, “dado o elevado número de vítimas civis e a escala da destruição causada pelos ataques aéreos israelenses ao campo de refugiados de Jabalia, estamos seriamente preocupados que estes sejam ataques desproporcionais que possam constituir crimes de guerra”.
#Gaza – Given the high number of civilian casualties & the scale of destruction following Israeli airstrikes on Jabalia refugee camp, we have serious concerns that these are disproportionate attacks that could amount to war crimes. pic.twitter.com/ky2jYVrhJq
— UN Human Rights (@UNHumanRights) November 1, 2023
Twitter/UN Human Rights
Campo de refugiados de Jabalia, na Faixa de Gaza, fica destruída após ataques aéreos de Israel
A Coordenação das Nações Unidas de Assuntos Humanitários (OCHA), mais uma vez, reforçou a necessidade urgente de um cessar-fogo: “Nenhum lugar é seguro para a população de Gaza, pois os bombardeamentos intensos continuam causando danos devastadores e perda de vidas. Os humanitários não podem ter acesso seguro às pessoas necessitadas e aos armazéns com suprimentos de ajuda.”
Nowhere is safe for the people of #Gaza as intense bombardments continue, causing devastating damage and loss of lives.
Humanitarians cannot safely access people in need and warehouses with aid supplies.
A humanitarian ceasefire is urgently needed: https://t.co/nOCG7aiFw3 pic.twitter.com/VWaXZ5t0yK
— UN Humanitarian (@UNOCHA) November 1, 2023
Nesta quarta-feira, o campo de Jabalia foi bombardeado mais uma vez, em menos de 24 horas do primeiro ataque que deixou pelo menos 50 mortos e 150 feridos, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.
As autoridades ainda não informaram o número exato das vítimas da segunda ofensiva de Israel, e as equipes de resgate seguem trabalhando para achar as pessoas debaixo dos escombros.
Segundo o porta-voz das FDI, brigadeiro-general Daniel Hagari, as tropas militares de Israel conseguiram romper a linha de frente de defesa do Hamas, fechando um cerco terrestre por meio de tanques e dando sequência aos ataques, com apoio aéreo e marítimo.
O Ministério da Saúde de Gaza confirmou mais cedo 8.796 palestinos mortos, enquanto autoridades israelenses contabilizam pelo menos 1.538 mortes pelos ataques do Hamas.