Na abertura de uma reunião especial do Fórum Econômico Mundial (WEF) em Riade, neste domingo (28/04), com a presença de vários líderes e mediadores do conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas, a Arábia Saudita fez um alerta para as consequências econômicas da guerra em Gaza e pediu uma “desescalada” da violência.
Entre os participantes na reunião de dois dias estão o Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, representantes palestinos e diplomatas de alto escalão envolvidos nas negociações de trégua entre Israel e o grupo palestino Hamas.
A guerra de Gaza, ao lado dos conflitos na Ucrânia e em outras regiões, exerce “muita pressão” sobre o ambiente econômico, afirmou o ministro saudita das Finanças, Mohammed al Jadaan. “Acredito que os países, os governantes e as pessoas com cabeça fria devam prevalecer. É necessário garantir uma desescalada” do conflito, apelou Jadaan.
Israel não tem representantes no evento e as negociações com mediação do Catar, Egito e Estados Unidos acontecem em outras cidades, mas a reunião em Riade é uma “oportunidade para ter conversas estruturadas” com “figuras-chave”, afirmou o presidente do WEF, o noruguês Borge Brende.
A guerra em Gaza eclodiu em 7 de outubro, após um ataque do Hamas contra o sul de Israel que deixou 1.170 mortos e mais de 250 reféns, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais.
A ofensiva de represália de Israel contra o movimento islâmico fez mais de 34.454 mortos em Gaza, a maioria mulheres, adolescentes e crianças, segundo o último balanço do Ministério da Saúde do território palestino governado pelo Hamas.
Pressão sobre Israel
A reunião em Riade acontece em um momento de crescente pressão internacional para tentar evitar que Israel inicie uma operação terrestre em Rafah, cidade no sul da Faixa de Gaza e que abriga atualmente 1,5 milhão de pessoas, a maioria deslocadas pelo conflito.
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, fez um apelo em Riade para que o governo dos Estados Unidos “peça a Israel que interrompa a operação de Rafah, porque é o único país capaz de impedir que Israel cometa este crime”.
O Secretário de Estado americano, Antony Blinken, viajará para a capital saudita nesta segunda-feira (29/04) para “abordar os esforços em curso a fim de conseguir um cessar-fogo em Gaza que permita a libertação de reféns”, anunciou o Departamento de Estado, no sábado (27/04).
Após semanas de estagnação nas negociações, o Hamas anunciou que está examinando uma contraproposta israelense para uma trégua e libertação de reféns.
Desde o início da guerra, a Arábia Saudita trabalha com outros países para tentar acabar com o conflito, que ameaça a estabilidade regional e o seu ambicioso programa de reformas econômicas chamado ‘Visão 2030’.
A monarquia do Golfo, maior exportador de petróleo do mundo, também negociava um acordo para normalizar as relações com Israel, mas o conflito dificultou as conversações.