Atualizada em 5 de abril de 2017
No dia 6 de abril de 1520, morre em Roma o pintor e arquiteto italiano da Renascença Raffaello Sanzio, mais conhecido por Rafael. Nascido em 6 de abril de 1483, era filho de Giovanni Santi, pintor e poeta oficial da corte de Frederico III, protetor das artes na Renascença.
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A vida de Rafael pode ser dividida em três períodos. O primeiro é o de sua formação, que vai até sua partida para Florença e percorre os anos em que trabalhou no ateliê do pintor mais célebre da época, Pietro Vannucci, mais conhecido como Perugino.
A partir de 1500, aos 17 anos, começa a se afirmar como magister, o que lhe confere o direito de ter seu próprio ateliê, além de auxiliares e alunos. Pinta o retábulo “A Coroação Bem-aventurada de Nicolas de Tolentino” para a igreja Sant'Agostino de Città di Castello.
Sua primeira obra-prima pode ser datada de 1504, O Matrimônio da Virgem, um quadro que realiza antes de deixar Peruggia. Aos 21 anos parte para Florença.
A República Florentina celebrava seus grandes artistas, como Michelangelo (1475-1564) e Leonardo da Vinci (1452-1519). Rafael iria se beneficiar da influência desses grandes mestres, que iriam completar sua formação. Da Vinci o recebe em seu ateliê. Ali descobre as obras primas da Renascença florentina. Produz uma série de Virgens e Madonas: A Virgem no Prado (1506), A Virgem e o Pintassilgo (1507), A Bela Jardineira (1507) e, também, A Dama e o Unicórnio.
O período florentino de Rafael, que duraria quatro anos, é o segundo de sua vida. Embora tivesse se tornado um pintor independente, continuou a estudar os métodos de outros grandes mestres.
Chamado a Roma pelo papa Júlio II, deixa Florença em 1508. Começa ali a terceira parte de sua carreira. No Vaticano, é encarregado da decoração dos salões do palácio, onde Júlio II pretende residir para não sofrer a nefasta influência da poderosa família Borgia.
Igualmente nessa época, Rafael encontra a que seria o grande amor de sua vida, La Fornarina, assim apelidada porque era filha de um padeiro. Mulher de grande beleza, era muito cortejada, o que provocava ciúmes em Rafael, que costumava interromper seu trabalho para se encontrar com ela.
Em 1513, o papa morre. Sob seu sucessor, Leão X, um Médicis, Rafael vê crescer suas responsabilidades e influência. Este derradeiro período de sua vida é caracterizado por uma intensa atividade. Produz, entre outras, a grandiosa obra-prima Escola de Atenas, que representa a Academia de Platão. Pintada na Stanza della Segnatura no Vaticano é um afresco em que aparecem, ao centro, Platão e Aristóteles. Platão segura o Timeu, seu tratado teórico, e aponta para o alto, sendo identificado com o ideal, o mundo inteligível. Aristóteles segura sua Ética e tem a mão na horizontal, representando o terrestre, o mundo sensível.
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Escola de Atenas
Acometido de malária e das múltiplas crises de febre, sua saúde se fragiliza. Falece com apenas 37 anos, após ter executado sua obra-prima absoluta, A Transfiguração (1517-1520), resumo do conjunto de sua obra.
Rafael repousa no Panteão de Roma. É considerado por uma parte dos críticos como o maior pintor que já existiu. Outros o têm como o artista em que a pintura encontrou sua expressão mais acabada. Suas obras se reconhecem pela ovalidade dos rostos.
O estilo de Rafael se caracteriza pela utilização em semelhante grau do desenho e da cor, pois não deixa que um domine o outro. É preciso tanto no traço quanto na distribuição das tintas. Isto se deveu a sua maneira de trabalhar: imitar os artistas de sua época e os predecessores selecionando o que lhe poderia ser útil. Tomou da doçura dos modelos de seu mestre, Perugino, e inova incorporando modelos mais próximos dos de Michelangelo.
Rafael utilizou o sfumato – técnica de tons gradativamente misturados e sem contornos abruptos – inventada por Leonardo da Vinci, quase que exclusivamente em suas telas do período florentino.
Também nesse dia:
1895 – Oscar Wilde é preso pelo crime de sodomia
1896 – Começam primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna
1909 – A expedição do explorador Robert Peary alcança o Polo Norte
1924 – Fascistas vencem eleições legislativas da Itália