De braços abertos, como se abraçasse todo o Rio de Janeiro, a estátua do Cristo Redentor, cartão postal da cidade, foi inaugurada às 19h15 do dia 12 de outubro de 1931, depois de cerca de cinco anos de obras. Símbolo do cristianismo, o monumento tornou-se um dos ícones mais reconhecidos internacionalmente do Rio e do Brasil.
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Vista aérea do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro
A estátua tem a montanha de 704 metros, chamada de Corcovado, como pedestal. A figura do Cristo no topo tem mais 30 metros, seus braços possuem uma envergadura de mais ou menos 28 metros de uma ponta do dedo a outra, pesando cerca de 1.145 toneladas.
A ideia da construção do monumento religioso no local foi sugerida em 1859 pelo padre lazarista Pedro Maria Boss. Contudo, o projeto só se efetivou em 1921, quando se iniciavam os preparativos para as comemorações do centenário da Independência. Devido às restrições de orçamento, o trabalho artístico foi concluído quase uma década mais tarde, em 1931, e com a ajuda do Vaticano. A construção do Cristo Redentor ainda é considerada um dos grandes capítulos da engenharia civil brasileira. O dono do projeto levou a vida inteira construindo-o, erguido em concreto armado e revestido de pedra-sabão, originária do próprio pico do Corcovado.
A pedra fundamental do monumento foi lançada em 4 de abril de 1922, mas as obras foram iniciadas somente em 1926. Os primeiros esboços do Cristo foram feitos pelo artista plástico Carlos Oswald, que o imaginou carregando uma cruz, com um globo terrestre nas mãos sobre um pedestal que simbolizaria o mundo. Mas foi a população carioca que optou pelo Cristo de braços abertos. Coube ao engenheiro Heitor da Silva Costa a autoria do projeto, escolhido em 1923. O escultor franco-polonês Paul Landowsky esculpiu braços e rosto da estátua. As peças, pesando um total de 160 toneladas, foram trazidas por mar de volta ao país, carregadas nos trens da Estrada de Ferro do Corcovado e montadas no alto do morro.
Na cerimônia de inauguração, no dia 12 de outubro de 1931, estava prevista que a iluminação do monumento seria acionada a partir da cidade de Nápoles, de onde o cientista italiano Guglielmo Marconi emitiria um sinal elétrico que seria retransmitido para uma antena situada no bairro carioca de Jacarepaguá, via uma estação receptora localizada em Dorchester, Inglaterra. No entanto, o mau tempo impossibilitou a façanha, e a iluminação foi acionada diretamente do local.
Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) em 1937, o monumento passou por obras de recuperação em 1980, na ocasião da visita do Papa João Paulo II, e novamente em 1990. Outro conjunto de obras importantes foi feito em 2003, para inauguração de um sistema de escadas rolantes e elevadores que facilitaram o acesso à plataforma de onde se eleva o monumento.
Pessoas que moram perto do Cristo Redentor gostam de subir e ver a estátua por uma estrada de ferro, cujo caminho para motores a vapor foi colocado na encosta da montanha em 1985. Durante o percurso de 20 minutos, o trem passa por túneis verdes folhados de árvores e oferece uma vista deslumbrante da cidade.
À noite, refletores poderosos iluminam a estátua do Cristo, fazendo-a brilhar e parecer que levita no firmamento. De dia ou à noite, esteja onde você estiver na cidade do Rio, o monumento tem sua presença como um ícone.
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