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O escritor e radialista da BBC Georgi Markov morre, em virtude de envenenamento sanguíneo, em 11 de setembro de 1978, quatro dias após receber uma estocada de um guarda-chuva quando esperava um ônibus em uma parada em Londres.
A Scotland Yard afirmou que considerava a morte suspeita e amostras do sangue foram levadas ao Porton Down Germ Warfare Centre para exame.
Markov, que fugira para o Ocidente em 1969, disse que sentiu uma dor semelhante a uma agulhada enquanto esperava a condução no ponto de ônibus de Waterloo Bridge, virando-se a tempo de ver um homem não identificado afastando-se carregando um guarda-chuva.
O dissidente búlgaro estava a caminho da central da BBC World Service, instalada no edifício Bush House, onde fazia frequentes críticas pela rádio acerca do governo comunista de seu país de origem.
“Não posso acreditar que tem gente que saia por aí dando estocadas em outras pessoas com o guarda-chuva”, afirmou Annabel Markov.
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Annabel disse que, naquela tarde de quinta-feira, seu marido mostrou-lhe uma pequena marca avermelhada em sua perna que se parecia com uma picada de injeção hipodérmica. A senhora Markov contou à BBC que Giorgi lhe descreveu minuciosamente o que havia ocorrido e que ela custou a acreditar na história. “Eu cresci neste país, e não posso acreditar que haja alguém circulando disposto a espetar outras pessoas com guarda-chuvas”, reafirmou.
Todavia, o editor da BBC World Service, David Farrer, informou que Markov era um animal político de alto nível que pressentia ser um possível alvo de assassinato.
Farrer descreveu um recente incidente quando um jovem búlgaro foi apresentado ao cronista radiofônico Markov, dizendo-lhe: “Fui enviado para cá para matá-lo. Mas não vou fazê-lo. Vou simplesmente pegar o dinheiro e desaparecer.”
Autoridades medico-forenses concluíram no ano seguinte que Georgi Markov havia sido “ilegalmente assassinado” depois de ter sido inoculado com uma substância venenosa letal.
Em 1998, o presidente búlgaro, Peter Stoyanov, descreveu o assassinato como um dos momentos mais sombrios do antigo regime comunista do país. No entanto, em setembro de 2000, os procuradores búlgaros encerraram as investigações com base na legislação de que casos não resolvidos dentro de 20 anos deveriam ser arquivados.
Em junho de 2005, processos vazados do serviço de inteligência búlgaro revelaram que o assassino era Francesco Giullino, um dinamarquês recrutado pela Durzgavna Sigurnost – o equivalente búlgaro da KGB soviética – em 1946.
Também nesta data:
1823 – Morre David Ricardo, autor da teoria liberal do trabalho
1940 – Preparando a invasão da URSS, Hitler envia tropas à Romênia
1967 – Nave espacial Surveyor pousa na Lua e começa a transmitir fotos e informações científicas
1973 – Há 40 anos, militares aplicam golpe de Estado e afundam Chile na ditadura
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2001 – World Trade Center e Pentágono são atacados por terroristas