Atualizada em: 10/06/2015
Em 11 de junho de 1979 morre John Wayne, um emblemático ator cinematográfico, famoso por estrelar incontáveis westerns (faroestes), aos 72 anos, após enfrentar uma batalha contra um câncer de estômago por mais de uma década.
O ator nasceu como Marion Morrison em 26 de maio de 1907, em Winterset, Iowa, mudando-se com a família, ainda criança, para Glendale, Califórnia. Destacou-se como jogador de futebol americano no Colégio de Glendale. Mais tarde chegou a frequentar a Universidade do Sul da Califórnia na condição de bolsista, mas a deixou dois anos depois.
Após encontrar trabalho como peão num estúdio de cinema, Wayne tornou-se amigo de John Ford, então um talentoso diretor em franca ascensão. Seus primeiros trabalhos como ator foram em pequenos papeis e os créditos o apresentavam como “Duke” Morrison, um apelido de infância derivado do nome de seu cachorro de estimação.
O primeiro papel de destaque nas telas de Wayne ocorreu em 1930 com “A Grande Jornada”, filme dirigido por um colega seu de colégio, Raoul Walsh. Foi a essa época que Marion Morrison tornou-se John Wayne, pois Walsh considerou que Marion não era um bom nome para um ator desempenhando o papel de um personagem duro e valentão em um faroeste.
A despeito, porém, do novo nome do ator principal, a película fracassou. Durante os anos 1930, Wayne rodou dezenas de medíocres westerns, por vezes participando de dois filmes em uma única semana. Neles representava invariavelmente personagens bruscos e violentos. Ocasionalmente, apareceu no papel de Singing Sandy, em “Cavaleiros do Destino”, um musical sertanejo, à lá Roy Rogers.
Em 1939, Wayne finalmente teve sua grande oportunidade quando o velho amigo John Ford contratou-o para interpretar Ringo Kid em “No Tempo das Diligências”, filme premiado com um Oscar. Essa fita tornou-se a obra que definiu todas as principais características do faroeste norte-americano. A parceria entre Wayne e Ford continuou. Realizaram juntos uma série de grandes sucessos e filmes inesquecíveis (foram 22 no total), como “O Ceu Mandou Alguém” (1948), “Sangue de Heroi” (1948), “Legião Invencível” (1949), “Rio Bravo” (1950), “Depois do Vendaval” (1952), “Rastros de Ódio” (1956), “Asas de Águia” (1957), “Marcha de Herois” (1959) e “O Homem que Matou o Facínora” (1962), destacando-se a famosa trilogia sobre a cavalaria composta por “Sangue de Heroi” e “Legião Invencível e “Rio Bravo”.
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Outro diretor renomado com quem trabalhou foi Howard Hawks, um dos maiores realizadores do período clássico hollywoodiano. Juntos realizaram vários dos maiores sucessos, não apenas de suas carreiras, mas de todo o gênero do faroeste. Como bons exemplos temos: “Rio Vermelho” (1948), “El Dorado” (1967) e, principalmente, aquele que é um dos mais irretocáveis exemplares do gênero, “Onde Começa o Inferno (ou Rio Bravo, na versão original)” (1959).
Wayne protagonizou herois imbatíveis em dezenas de filmes, pretendendo simbolizar a característica típica de um norte-americano vigoroso, duro e rápido no gatilho.
Fora das telas, Wayne se tornou conhecido por suas visões políticas reacionárias. Produziu, dirigiu e atuou em “O Álamo” (1960) e “Os Boinas Verdes” (1968), ambos refletindo suas inclinações nacionalistas e conservadoras. O roteiro pró-Guerra do Vietnã deste último alimentou a fúria dos opositores a essa intervenção militar estadunidense, que realizaram vários protestos contra a exibição do filme.
Se os membros da Academia gostavam pouco de faroestes, em 1961 eles tiveram razões maiores para não premiar “O Álamo”. O contexto político da época mostrava o Partido Democrata no poder. Com Kennedy na presidência os liberais, de modo geral, mostravam-se cada vez mais fortes, reivindicando e conquistando progressivamente direitos historicamente sonegados às diversas minorias. Enquanto Marlon Brando, Paul Newman, Burt Lancaster e até mesmo Charlton Heston lideravam passeatas por direitos humanos, John Wayne era visto, por suas posições políticas, como o grande reacionário do cinema. E a Academia tinha entre seus membros a chamada intelectualidade de Hollywood, a “esquerda” política que representava um adversário para as intenções de John Wayne de ganhar prêmios com esse filme.
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Encontro de Wayne com o presidente Richard Nixon, o secretário de Estado, Henry Kissinger, em1972
Em 1969, contudo, Wayne ganhou um Oscar pelo seu papel de um xerife bêbado e zarolho, Rooster Cogburn, em “Bravura Indômita”. O ultimo Wayne foi “O Último Pistoleiro” (1976), em que desempenhou o papel de um legendário pistoleiro que morre de câncer. O papel teve um particular significado uma vez que o ator lutava contra essa doença em sua vida real.
Também nesta data:
1935 – Armistício entre Paraguai e Bolívia encerra Guerra do Chaco
1968 – ONU aprova o tratado de não-proliferação de armas nucleares
1975 – Indira Gandhi é considerada culpada por corrupção eleitoral
1991 – Boris Ieltsin é eleito presidente da Rússia
2009 – Sob protestos, presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad é reeleito