Sexta-feira, 4 de julho de 2025
APOIE
Menu

Wikimedia Commons

Cemitério em homenagem às vítimas do massacre na cidade bósnia de Srebrenica

Atualizado em 07/07/2015

O ponto culminante dos horrores da Guerra da Bósnia teve lugar em Srebrenica, uma cidade de 20 mil habitantes, majoritariamente muçulmana, encravada numa região ortodoxa, a leste da Bósnia-Herzegovina.

Receba em primeira mão as notícias e análises de Opera Mundi no seu WhatsApp!
Inscreva-se

A tomada da cidade pelos sérvios é levada a cabo na manhã de 7 de julho de 1995 e se estenderia até o dia 13 de julho, tendo como resultado o massacre de milhares de homens e adolescentes.

Desde o começo da Guerra da Bósnia, Srebrenica era alvo de numerosos ataques de um lado e de outro.

Para garantir a segurança dos civis, a ONU mobilizou de 400 a 600 ‘capacetes azuis’ franceses e holandeses que se postaram ao redor da cidade, sob o comando do general francês Philippe Morillon. Em março de 1993, este oficial não hesitou em subir num tanque militar e discursar para os habitantes procurando assegurar-lhes proteção: “Não os abandonaremos!”.

Contudo, a pressão sérvia sobre a cidade cresceu em meados de 1995, a despeito dos ataques aéreos das forças da OTAN.

O general Bernard Janvier, que comandava as forças das Nações Unidas na ex-Iugoslávia (FORPRONU), considerou que a cidade era indefensável e emitiu publicamente o desejo de que seus homens fossem evacuados.
 

Cidade na fronteira com a Sérvia foi vítima de algumas das maiores violências do século XX

NULL

NULL


Os sérvios que sitiavam Srebrenica tomaram suas palavras ao pé da letra. Tomam como reféns os ‘capacetes azuis’ e os ameaçam de expô-los abertamente às bombas da OTAN. Os representantes da ONU negociam sua libertação em contrapartida com a suspensão das operações aéreas.

WikiCommons

O ex-militar sérvio Ratko Mladic, em 2011

Em 7 de julho de 1995, os sérvios tomam de assalto a cidade, sob a chefia de Ratko Mladic. Este antigo oficial iugoslavo comandava desde 1993 o exército sérvio da Bósnia. Carismático e brutal, já tinha dirigido o cerco a Sarajevo e praticando deliberadamente o terror. Sua própria filha, Anna, estudante de medicina, não conseguiu mais suportá-lo e se suicidou em 1994, aos 23 anos. Este suicídio e de numerosos outros ilustravam o caráter patológico dos principais atores da Guerra da Bósnia.

Em Srebrenica, os ‘capacetes azuis’ holandeses, reduzidos ao status de simples observadores, reclamavam em vão a retomada dos raids aéreos.

Sob seus olhos, os sérvios reuniram a população da cidade e separaram os homens de mais de 15 anos. As mulheres e as crianças foram evacuadas em veículos ou a pé para as zonas de maioria muçulmana. Os homens e os adolescentes, quanto a eles, foram conduzidos à força para os bosques circundantes sob pretexto de evacuação.

Durante os dias subsequentes, os sérvios os iriam massacrar valendo-se de armas pesadas, às bordas de valas comuns, à vista e na presença da OTAN, que multiplicava os voos de observação sobre a região. Registraram-se mais tarde cerca de 8 mil vítimas do massacre.

Em 13 de julho de 1995, os ‘capacetes azuis’ holandeses foram finalmente evacuados. Durante vários dias, por ordem superior, ficaram calados a respeito dos horrores de que foram testemunhas oculares e da verdade e extensão dos massacres.

Também nesta data:

1904 – Congregações religiosas são proibidas de ensinar na França
1912 – Jim Thorpe vence pentatlo nos jogos de Estocolmo
1932 – Salazar é nomeado primeiro-ministro de Portugal
1942 – Himmler decide começar experiências médicas com prisioneiros de Auschwitz 
2005 – Atentados em Londres causam a morte de 56 pessoas