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Hoje na História

Hoje na História: 1968 - Tropas dos EUA cometem o massacre de My Lai

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Episódio foi a mais alarmante atrocidade de guerra cometida pelas tropas dos Estados Unidos no Vietnã

Max Altman

São Paulo (Brasil)
2020-03-16T18:00:00.000Z

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Em 16 de março de 1968, naquela que viria a ser a mais alarmante atrocidade de guerra cometida pelas tropas dos Estados Unidos no Vietnã, um pelotão de homens raivosos e frustrados da Companhia Charlie, da 11ª Brigada da 23 Divisão de Infantaria, matou com requintes de selvageria entre 400 e 500 aldeães desarmados em My Lai, um casario situado nas terras baixas costeiras do norte do Vietnã do Sul.

Segundo se informou, o massacre só foi interrompido quando o piloto de um helicóptero de observação, Hugh Thompson, aterrissou seu aparelho entre os militares norte-americanos e os sul-vietnamitas, que fugiam bloqueando e impedindo que os soldados prosseguissem em sua ação contra os civis locais. 

O massacre foi acobertado, porém veio à tona um ano depois. Quando as notícias das atrocidades começaram a surgir, o aturdimento no establishment político dos EUA ficou notório. A cadeia de comando militar ficou paralisada e perplexa diante da reação da opinião pública norte-americana que se manifestou com indignação. 

Foi o jornalista Seymour Hersh que, em novembro de 1969, publicou uma reportagem detalhando suas conversas com um veterano de Guerra do Vietnã, Ron Ridenhour. Ridenhour tinha ouvido falar dos acontecimentos de My Lai da boca de membros da Companhia Charlie. Antes de fazer as revelações a Hersh, tinha apelado ao Congresso, à Casa Branca e ao Pentágono para abrir inquérito.

My Lai estava situado numa região pesadamente minada onde as guerrilhas do Vietcong estavam firmemente entrincheiradas. Numerosos soldados desse pelotão norte-americano haviam sido mortos ou mutilados durante o mês precedente. O tenente William Calley, comandante da operação, liderava seus homens numa missão de busca e destruição. 

Wikimedia Commons
Massacre matou entre 400 e 500 vietnamitas de My Lai

A unidade entrou na aldeia e encontraram somente mulheres, crianças e idosos. Frustrados pelas perdas devidas às minas e aos franco-atiradores, os soldados descarregaram sua raiva sobre os habitantes do vilarejo. Durante o massacre que se seguiu, muitos dos idosos foram perfurados por baionetas. Algumas mulheres e crianças que rezavam no adro do templo local foram fuziladas na nuca e pelo menos uma menina foi estuprada antes de ser morta. Outros foram reunidos e levados a uma vala próxima onde foram executados.

Uma corte marcial investigou os acontecimentos e produziu uma lista de 30 pessoas que sabiam das atrocidades. Somente 14, inclusive Calley e o comandante da companhia, o capitão Ernest Medina, foram acusados dos crimes. Todos, ao final, tiveram sua culpabilidade revogada e foram absolvidos pelas cortes marciais, com exceção de Calley, julgado condenado de ter pessoalmente assassinado 22 civis e sentenciado a prisão perpétua. 

Sua sentença foi posteriormente reduzida a 20 anos pela Corte Militar de Apelação e novamente a dez anos pelo secretário de Defesa. Considerado por muitos como um bode expiatório, foi–lhe concedida liberdade condicional em 1974 depois de ter cumprido apenas um terço de sua pena de 10 anos.

Quando os detalhes de My Lai chegaram ao conhecimento público, sérias questões afloraram concernentes à conduta dos soldados norte-americanos no Vietnã. Uma comissão militar, que investigou o massacre, encontrou falhas disseminadas de liderança, de disciplina e baixa moral das tropas combatentes. 

Calley, que estava desempregado quando alistou-se e havia abandonado a escola de ensino médio, após ganhar liberdade, contrariando parte da opinião pública, abriu uma empresa de segurança privada. 


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Política e Economia

Mandato de Petro e Márquez inicia com altas expectativas do povo colombiano

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Com desejo de melhorias na área social e menos violência, primeiro governo de esquerda do país recebe legado desafiador

Redação

Brasil de Fato Brasil de Fato

São Paulo (Brasil)
2022-08-09T19:50:00.000Z

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Gustavo Petro e Francia Márquez começaram nesta segunda (08/08) seu mandato como líderes do novo governo colombiano. É a primeira vez que o país tem uma gestão com origens alternativas e populares. Durante a cerimônia de posse, na mítica Praça de Bolívar, localizada no centro de Bogotá, houve diversas manifestações culturais, que se replicaram por todo o país.

Em cerimônias de posse em todo o país, centenas de pessoas indígenas, afro-colombianas, jovens de bairros populares e famílias inteiras deixaram suas casas para abarrotar as principais praças e parques.

Na capital Bogotá, podia ser notada a expectativa que cerca o novo governo eleito. "Só tenho alegria e felicidade. estamos reunidos com os nossos colegas porque hoje é um dia de festa, dia de dizer 'sim' à paz", disse Robin Ortega.

Já a moradora da capital, Maria Cristina Muñoz, diz que, "para nós, colombianos, isto significa esperança. Nós sofremos, nossos jovens foram mortos. Estamos felizes por essa nova mudança."

De fato, o novo governo representa a esperança de milhões de colombianos, principalmente as classes marginalizadas, os chamados "ninguéns", as diversidades étnicas e sexuais, os excluídos.

Seja na melhora da área da saúde, como diz Hilda Urrea: "venho de Engativá, na localidade 10, venho para a posse do dr. Gustavo Petro, porque graças a ele temos a esperança de abrir o hospital San Juan de Dios e de fazer justiça." Seja na construção de um país menos desigual: "acho que significa devolver ao país a ideia de construir uma nação inclusiva, que represente a diversidade que a Colômbia tem e, sobretudo, a esperança de que o fortalecimento das instituições possa continuar ocorrendo de forma democrática", diz Ana Milena Molina.   

Petro, como representante do primeiro governo de esquerda a chegar ao poder na Colômbia nos mais de 200 anos de vida republicana, buscou abordar as expectativas do povo que lhe saudava.  

Reprodução/Francia Márquez Mina/Twitter
Gustavo Petro e Francia Márquez começaram nesta segunda-feira (08/08) seu mandato como líderes do novo governo colombiano

“Neste primeiro discurso como presidente da Colômbia, diante do Poder Legislativo e diante do meu povo, quero compartilhar meu decálogo de governo e meus compromissos. Trabalharei para alcançar a paz verdadeira e definitiva. Como ninguém, como nunca antes. Vamos cumprir o acordo de paz e seguir as recomendações do relatório da comissão da verdade. O ‘governo da vida’ é o ‘governo da paz’. A paz é o sentido da minha vida, é a esperança da Colômbia. Não podemos falhar com a sociedade colombiana. Os mortos merecem isso. Os vivos precisam disso. A vida deve ser a base da paz. Uma vida justa e segura. Uma vida para viver gostoso, para viver feliz, para que a felicidade e o progresso sejam a nossa identidade”, disse no domingo (07/08) o novo presidente.

Na posse, estavam a primeira-dama, Verónica Alcócer, e os filhos de Petro. Diante de delegações internacionais, dos presidentes do Chile, Argentina, Equador e Bolívia, e do rei da Espanha, o novo presidente prometeu que não permitirá que a desigualdade e a pobreza que dominam a Colômbia continuem sendo naturalizadas.

A cerimônia de posse foi marcada por simbolismos, como a exibição da espada de Simón Bolívar, representando a unidade dos povos da América Latina e a promessa de um governo popular que trabalhará pela unidade do país.

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