A Organização das Nações Unidas (ONU) fez um apelo, nesta terça-feira (04/07), para que os governos se preparem para as consequências do fenômeno meteorológico do El Niño neste e nos próximos anos. O fenômeno pode causar chuvas extremas em certas áreas e intensos períodos de seca em outras. El Niño também está associado ao aumento das temperaturas globais.
Em junho, a agência de Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) anunciou o início oficial do El Niño e lançou o alerta para “novos recordes de temperatura” em certas regiões.
No sul do Brasil, assim como o extremo sul da América Latina, no sul dos Estados Unidos, no Chifre da África e na Ásia central, El Niño está associado ao aumento das chuvas. O mesmo fenômeno pode causar secas extremas no Nordeste brasileiro, na Austrália, Indonésia e em partes do sudeste asiático e da América Central.
“A chegada do El Niño aumentará consideravelmente a probabilidade de quebrar recordes de temperatura e desencadear um calor mais extremo em muitas regiões do mundo e nos oceanos”, alertou Petteri Taalas, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Este anúncio do episódio do El Niño “é um sinal para os governos do mundo se prepararem para limitar os efeitos sobre nossa saúde, nossos ecossistemas e nossas economias”, acrescentou o chefe desta agência especializada da ONU.
EcoDebate
Cientistas afirmam que o El Niño estaria associado a casos extremos de seca registrados este ano em algumas partes do planeta
Os sistemas de alerta para tragédias e as medidas de prevenção e monitoramento de eventos climáticos extremos são importantes “para salvar vidas e a economia”.
O que é o El Niño
El Niño é um fenômeno climático natural associado ao aquecimento da temperatura da superfície do oceano, no centro e leste do Pacífico tropical. Ele ocorre em períodos que se repetem a cada de dois a sete anos, e costuma durar perto de doze meses.
Em maio, a OMM previu que os cinco anos entre 2023 e 2027 devem ser os mais quentes já registrados na história da Terra, como consequência das mudanças climáticas somadas ao El Niño.
“Espera-se que as temperaturas médias globais continuem a subir, afastando-nos cada vez mais do clima com o qual estamos acostumados”, disse Leon Hermanson, cientista especialista do serviço meteorológico nacional do Reino Unido, o Met Office, principal centro da OMM para previsões climáticas para os próximos anos.