O ex-presidente da Argentina e atual senador, Carlos Menem, morreu neste domingo (14/02) no hospital Los Arcos da cidade de Buenos Aires, informou a mídia local. Aos 90 anos, o político estava internado há semanas por diversos problemas de saúde.
Menem havia sido hospitalizado por um problema de infecção urinária e por uma arritmia cardíaca, mas ele já havia ido ao hospital por diversas vezes por conta de uma forte pneumonia e demais problemas respiratórios.
O argentino foi o presidente que mais tempo ficou no poder no país sem interrupção, entre os anos de 1989 e 1999, sendo acusado de inúmeros de casos de corrupção e de acobertamento de crimes.
Peronista, Menem fez um governo ultraliberal, privatizando alguns dos principais setores do país, como um grande endividamento da economia argentina. Foi o governo dele que se implantou a convertibilidade, em que um peso argentino valia exatamente um dólar.
Prensa Senado/Télam
Ex-presidente Carlos Menem morreu aos 90 anos
Os resultados da política vieram já ao final de seu governo, com empobrecimento geral da população. O presidente que o sucedeu, Fernando de la Rúa, tentando resolver a crise econômica que se impôs, chegou a confiscar dinheiro da população e saiu fugido, de helicóptero, da Casa Rosada.
Além disso, nunca foi punido de fato por seus crimes por sempre ter sido beneficiado pela imunidade parlamentar. Em 2019, ele chegou a ser condenado a mais de três anos pela venda de um imóvel de maneira irregular, mas nunca cumpriu a pena porque o Senado não tirou sua proteção política.
Um ano antes, Menem já havia sido absolvido da acusação de contrabando de armas para a Croácia e o Equador entre 1991 e 1995.
O argentino ainda foi absolvido da acusação de ter acobertado o atentado terrorista contra o centro judaico Amia, em 1994, que deixou 84 mortos e 300 feridos. Até hoje, nenhum político foi de fato condenado pelo crime.
(*) Com Ansa