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Opinião

É preciso ter recursos para investir em soluções de salvaguarda ambiental

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Crescimento econômico sustentável é possível a partir de desenvolvimento de ciência e tecnologia

Sérgio Pacca (*)

2013-11-15T08:00:00.000Z

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A teoria do "decrescimento econômico" é um caminho para a preservação do meio ambiente?
NÃO

Recentemente, uma nota na página online da BBC divulgou que, após centenas de anos de desenvolvimento industrial, a taxa de crescimento das emissões de dióxido de carbono (CO2) está diminuindo. Em 2012, a economia global cresceu 3,5%, enquanto a taxa de crescimento das emissões foi de 1,4%.

Leia também o SIM:
Decrescimento pode sim desacelerar destruição do meio ambiente

Este fenômeno, identificado na literatura como descolamento (decoupling), atesta a possibilidade de alinhar o desenvolvimento econômico com a melhoria da qualidade ambiental. O CO2 é um gás do efeito estufa que está diretamente associado com a conversão da energia em formas que são imprescindíveis para as atividades econômicas da sociedade contemporânea. Portanto, o descolamento significa que é possível ampliar tais atividades com menos emissão de CO2, o que implica menos pressão ambiental.

Nesse caso, a manutenção do crescimento econômico com menor agressão ao ambiente é possível pela substituição dos insumos energéticos consumidos e pelo uso mais eficiente da energia. A substituição e a eficiência são fatores chave para garantir o crescimento econômico sustentável.

Porém, para permitir o uso de insumos alternativos de forma mais eficiente é necessário o desenvolvimento de novas tecnologias.

Wikicommons

Investimentos em ciência e tecnologia são necessários para minimizar impactos e garantir melhor adaptação a aquecimento global

Por sua vez, o desenvolvimento de novas tecnologias requer investimentos e políticas que busquem diversificar as bases de recursos que sustentam a economia. Nesse ponto, o crescimento econômico significa mais disponibilidade de recursos para a pesquisa e o desenvolvimento (P&D) de novas tecnologias que colaborem com o desenvolvimento sustentável.

No Brasil, o papel de agências de fomento como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) ainda é fundamental como uma fonte de recursos para alavancar o desenvolvimento da ciência e da tecnologia (C&T). Os recursos da FAPESP correspondem a 1% da receita tributária do Estado de São Paulo. Portanto, o decrescimento econômico iria reduzir este montante, que é imprescindível para as ciências puras. Além disso, o próprio investimento das empresas em P&D ficaria limitado com o decrescimento da economia.

Poderíamos argumentar que o decrescimento também aliviaria a pressão ambiental, mas esta relação não é tão simples assim.

A evolução da C&T e da P&D tem um papel fundamental na preservação do meio ambiente e, mais especificamente, no caso do aquecimento global. Espera-se que ambas possam assistir na adaptação às transformações que já começaram a se manifestar.

Não obstante a redução na taxa de crescimento das emissões, após a recente ultrapassagem dos 400 ppm de concentração de CO2 na atmosfera, é notório que os impactos do aquecimento da Terra comecem a se manifestar com cada vez mais intensidade.

Mesmo que pudéssemos reduzir as emissões atuais, seriam necessárias décadas para que a concentração dos gases de efeito estufa na atmosfera começasse a recuar e até lá já teríamos presenciado várias catástrofes climáticas. Assim sendo, a importância da C&T e do P&D para minimizar os impactos e garantir uma melhor adaptação ao aquecimento global merecem destaque.

Leia também a opinião de João Luiz Homem de Carvalho:
Decrescimento pode sim desacelerar destruição do meio ambiente

Ou seja, além de investimentos para preservar o ambiente, serão necessários cada vez mais investimentos para que possamos nos adaptar ao ambiente que está, inexoravelmente, em transformação.

Não podemos colocar o pé no freio agora, pois o ambiente já está comprometido e a demanda por soluções, que dependem de investimentos em C&T e P&D será cada vez mais premente.

(*) Sérgio Pacca é professor do curso de graduação em Gestão Ambiental da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP, e dos cursos de pós-graduação em Sustentabilidade e Energia. Coordenador do Núcleo de Pesquisa em Politica e Regulação de Emissões de Carbono da USP e editor da revista Resources, Conservation & Recyclin.


*Os artigos publicados em Duelos de Opinião não representam o posicionamento de Opera Mundi e são de responsabilidade de seus autores.

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Coronavírus

Primeiro carregamento de oxigênio sai nesta sexta da Venezuela e deve chegar a Manaus até domingo

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Serão enviados dois caminhões com cilindros de oxigênio acompanhados por escolta militar até a fronteira entre os dois países

Fania Rodrigues

Caracas (Venezuela)
2021-01-15T23:07:00.000Z

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O chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, informou com exclusividade a Opera Mundi na noite desta sexta (15/01) que o primeiro carregamento de oxigênio para o Amazonas já foi autorizado e será despachado ainda hoje para o Brasil.

A carga vai sair da cidade de Puerto Ordaz, Estado de Bolívar e viajará 1.500 km, por aproximadamente dois dias, até a capital amazonense. Essa primeira leva será transportada por via terrestre em dois caminhões e deverá chegar à cidade até domingo.

As formalidades do acordo de cooperação foram negociadas entre os governadores do Amazonas, Wilson Lima (PSC-AM), e o governador do estado venezuelano de Bolívar, Justo Nogueira.

Segundo Arreaza, a logística desse primeiro envio será fornecida pelo governo venezuelano. Mas, depois o governo amazonense deverá assumir a tarefa enviando mais caminhões do Brasil para buscar oxigênio na Venezuela.

O governo da Venezuela vai ofereceu ainda uma escolta militar para as cargas, que será acompanhada até a fronteira a cidade de Santa Helena de Uairén, na fronteira, e depois por militares brasileiros.

O ministro venezuelano informou ainda que o governo de Nicolás Maduro “vai fornecer oxigênio enquanto durar a situação de emergência do estado Amazonas”, o que impede, segundo ele, de precisar a quantidade fornecida da substância, tampouco o tempo da duração do convênio.

Dhyeizo Lemos/Fotos Públicas
Carregamento de oxigênio da Venezuela sai nesta sexta do país e deve chegar a Manaus até domingo

A produção de oxigênio na cidade de Puerto Ordaz faz parte de um plano de nacional para atender a pandemia do covid-19 na Venezuela. Essa planta industrial estava desativada e foi retomada no ano passado com esse objetivo. “O oxigênio que produzimos nessa fábrica é suficiente para atender essa região da Venezuela e ainda contribuir para aliviar a emergência do Brasil”, disse.

De acordo com Arreaza, a ação de solidariedade da Venezuela com o estado Amazonas está acima das diferenças ideológicas que possam existir entre os dois países. “Oferecemos ajuda ao governador do Amazonas porque os bolivarianos somos solidários, essa é uma ação humanitária que tem que estar acima das diferenças políticas. O que nos une é o objetivo de salvar vidas. Espero que o governo brasileiro entenda que é importante ter boa relação com os seus vizinhos”.

A Venezuela possui uma das menores taxas de contágios e mortes por covid-19 da América Latina, portando a assistência ao Brasil não afeta sua situação interna. O país investiu em ações preventivas e criou centros de diagnósticos rápidos, desafogando hospitais e clínicas.

Além disso, decidiu isolar todos os pacientes que testam positivo para o covid-19, evitando assim a propagação da doença. Atualmente, os hospitais e centros de atendimento de saúde operam com uma ocupação de leitos que varia entre 50 a 60% de sua capacidade.

Além disso, o país já assinou contrato com a Rússia para o fornecimento da vacina Sputnik V e deve começar a vacinação em fevereiro, segundo informações oficiais. Na primeira etapa serão vacinadas 10 milhões de pessoas, um terço da população de 30 milhões de habitantes.

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