Os argentinos realizaram nesta segunda-feira (17/07) um ato para lembrar o atentado contra a AMIA (Associação Mutual Israelita Argentina) que, 17 anos atrás, provocou a morte de 85 pessoas. Como de costume, uma sirene tocou às 9h53 – horário exato em que uma bomba explodiu na entidade em 1994 – marcando o início da celebração, chamada de Atentado ao esquecimento (Atentado al olvido).
A AMIA é um centro da comunidade judaica na cidade de Buenos Aires. Esse atentado foi o segundo contra judeus na Argentina. Em 1992, uma bomba explodiu em frente à embaixada de Israel, causando a morte de 29 pessoas. A comunidade judaica e a Justiça da Argentina atribuem ao Irã e ao Hezbolá o planejamento e execução de ambos os atentados.
Em março deste ano, a Justiça argentina iniciou um processo contra o ex-presidente Carlos Menen (1989-1999), alegando que ele encobriu, durante seu governo, as investigações.
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No palco principal do ato de hoje estavam a presidente Cristina Kirchner, o ministro das Relações Exteriores, Héctor Timerman, e o titular da AMIA, Guillermo Borger. Poucos minutos após o início, os discursos começaram. Borger, o primeiro a falar, criticou o andamento das investigações, agradeceu a presença da presidente, mas afirmou que “não é suficiente”: “Precisamos de justiça imediatamente”.
Veja um trecho do ato de hoje, transmitido pelo Canal 7, emissora pública argentina:
Na avaliação do juiz federal Daniel Rafecas, o segundo presente a discursar, o atentado contra a AMIA é um crime que pode ser comparado com a perseguição dos nazistas aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e com a repressão da última ditadura argentina (1976-1983). Segundo Rafecas, foi um atentado “contra toda a sociedade argentina”, embora os responsáveis tivessem como “objetivo atacar a comunidade judaica”. A comunidade judaica da Argentina é a maior da América Latina e a quinta maior do mundo.
O ato foi encerrado com as palavras do representante das famílias das vítimas do atentado, Sergio Burstein. Ele criticou, principalmente, o prefeito de Buenos Aires, Maurício Macri, o Irã e a Bolívia. Para ele, o Estado iraniano atrapalhou as investigações ao longo dos últimos 17 anos e foi “hipócrita” ao ter oferecido, no último sábado (16/07), para colaborar com as investigações.
Já a Bolívia foi criticada por ter recebido, em visita oficial realizada recentemente, o ministro de Defesa iraniano, Ahmad Vahidi, um dos acusados pelo atentado.
As críticas a Macri foram feitas por ele ter, em 2010, nomeado George “Fino” Palácios chefe da Polícia Metropolitana portenha, um dos acusados de executar escutas ilegais contra o próprio Burstein e seu cunhado.
Assista a um vídeo que mostra imagens do local após o atentado em 1994:
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