As FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) afirmaram nesta quarta-feira (03/02) que os Estados Unidos devem se comprometer “com recursos” na nova era de “paz, reconciliação e prosperidade” que se avizinha na Colômbia, como fez há 15 anos com o Plano Colômbia, um acordo bilateral, que segundo a insurgência, representa uma “dolorosa tragédia nacional”.
“Um país que esteve comprometido no conflito na Colômbia, deve também se comprometer em participar nesta nova era com recursos para a paz, a reconciliação e a prosperidade de todos os que sofreram, com ênfase nas vítimas”, afirmou hoje em Havana o comandante guerrilheiro “Pastor Alape”.
Agência Efe
Pastor Alape reitera qual considera ser o papel que deve ser desempenhado pelos EUA no país
O presidente Juan Manuel Santos viajou hoje a Washington para comemorar o 15º aniversário desse acordo bilateral para o fortalecimento do Estado, a paz e luta contra o narcotráfico, pelo qual os Estados Unidos destinaram nestes anos cerca de US$ 9 bilhões em ajuda, principalmente militar, US$ 296 milhões destes aprovados para o ano fiscal 2016 (que começou em 1º de outubro de 2015).
O presidente dos EUA, Barack Obama, que reiterou várias vezes o compromisso de seu país em apoiar a paz na Colômbia, anunciou nesta terça (02/02) que solicitará ao Congresso um “aumento significativo” dos recursos destinados ao pós-conflito no orçamento para o ano fiscal de 2017.
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No entanto, a guerrilha considera que não há muito o que celebrar no 15º aniversário do Plano Colômbia, já que seu balanço é “triste e doloroso”, pois implicou no aumento do número de “vítimas, deslocamento e desaparimentos forçados”, além de provocar o problema dos “falsos positivos” e “incitar a guerra e o ódio”.
“Pastor Alape” ressaltou que o Plano Colômbia foi um “fracasso” porque nem alcançou seu “objetivo público”: erradicar o narcotráfico; nem seu “objetivo não público e verdadeira essência”: de aniquilar os movimentos insurgentes da Colômbia.
No entanto, o governo colombiano defendeu o sucesso desse plano que, embora não tenha acabado com o problema das drogas, ajudou a fortalecer o Estado, e é também responsável pelas Farc estarem hoje negociando a paz com o governo