Faltam somente quatro dias para o fim da Conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas (COP-15) em Copenhague e os ministros dos 192 países participantes correm contra o tempo para chegar a um acordo. Os principais chefes de Estado mundiais, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, chegam hoje (15) à capital dinamarquesa.
Attila Kisbenedek/AFP
Manifestantes no Bella Center, em Copenhague, pedem a redução das emissões de gases estufa
O ponto-chave das discussões está no Protocolo de Quioto, criado em 1997. Os países do grupo G77/China, que inclui o Brasil, a Índia, a África do Sul, a China e vários dos países mais pobres do mundo, exigem que as negociações não se concentrem exclusivamente na criação de um novo acordo, como grande parte dos países ricos vinham defendendo, mas sim, em uma extensão do Protocolo, com a inclusão dos Estados Unidos – o segundo maior emissor de CO2, somente atrás da China.
Alguns países em desenvolvimento temem que, ao abandonar Quioto, os industrializados driblem compromissos já assumidos – como a redução de emissões de gases que provocam o efeito estufa em 5,2% em relação a 1990 até 2012 – e ao mesmo tempo queiram cobrar mais dos países emergentes.
Por sua vez, entre os industrializados existe o medo de assumir novos compromissos sob Quioto que podem pesar na economia, enquanto os EUA – que não ratificaram o protocolo vigente – escapariam mais uma vez.
Brasil
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que chefia a delegação brasileira em Copenhague, criticou a proposta norte-americana de redução das emissões de gases de efeito estufa – 17%, com base nos índices de 2005. “A proposta dos EUA equivale a cortar meros 4% de suas emissões”.
“É decepcionante, para um país que responde por 29% das emissões globais”, disse a ministra, que afirmou que o Brasil está decidido a evitar um fracasso da conferência. “Não viemos a Copenhague para desperdiçar esta oportunidade. Não estamos aqui para um fracasso, e sim para o sucesso, não aceitamos andar para trás, queremos seguir adiante. Queremos que os países em desenvolvimento façam um esforço, e não vamos aceitar que nossos países não possam prosseguir com seu desenvolvimento, porque isto equivaleria a nos condenar à pobreza permanente”, afirmou.
Pouco antes de embarcar para a Dinamarca, Lula lembrou que o Brasil assumiu o compromisso voluntário de reduzir as emissões de gases de efeito estufa entre 36,1% e 39,8% até 2020. Segundo ele, após o Brasil divulgar a meta, os EUA e a China também apresentaram suas propostas de redução do gás.
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