Atualizada às 23h07
O governo de Cuba lamentou neste domingo (10/11) a renúncia do presidente boliviano Evo Morales, e classificou o ato como “estratégia golpista”.
O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, condenou “a estratégia golpista opositora que começou na Bolívia, que custou mortes, centenas de feridos e manifestações condenáveis de racismo contra os povos originários”. “Apoiamos Evo Morales”, disse o mandatário.
O ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez, também se manifestou e disse que a chancelaria de Havana “condena enérgicamente o golpe no Estado da Bolívia”.
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“Nossa solidariedade com o irmão presidente Evo Morales, protagonista símbolo da reivindicação dos povos originários de nossa América. Convocamos uma mobilização mundial pela vida e pela liberdade de Evo”, disse o chanceler.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, também condenou a movimentação da oposição que levou Morales à renúncia.
“Condenamos categoricamente o golpe de Estado consumado contra o irmão presidente Evo Morales. Os movimentos sociais e políticos do mundo nos declaramos em mobilização para exigir a preservação da vida dos povos originários bolivianos vítimas do racismo”, disse o mandatário venezuelano.
O presidente Jair Bolsonaro também comentou sobre a renúncia de Morales. Para o mandatário brasileiro, a “lição” que fica das eleições bolivianas é a “necessidade” da implementação do voto impresso no Brasil.
“Denúncias de fraudes nas eleições culminaram na renúncia do Presidente Evo Morales. A lição que fica para nós é a necessidade, em nome da democracia e transparência, contagem de votos que possam ser auditados. O VOTO IMPRESSO é sinal de clareza para o Brasil!”, disse.
Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também lamentou a renúncia de Evo e disse que “é lamentável que a América Latina tenha uma elite econômica que não saiba conviver com a democracia e com a inclusão social dos mais pobres”.
Acabo de saber que houve um golpe de estado na Bolívia e que o companheiro @evoespueblo foi obrigado a renunciar. É lamentável que a América Latina tenha uma elite econômica que não saiba conviver com a democracia e com a inclusão social dos mais pobres.
— Lula (@LulaOficial) November 10, 2019
A vice presidente eleita na Argentina, Cristina Kirchner, declarou que é preciso que haja “ações claras em defesa da democracia” e criticou as forças armadas por “sugerirem” que Morales renunciasse.
“Na Bolívia, manifestações violentas sem qualquer tipo de limitação pelas forças policiais incendiaram casas e sequestraram pessoas, enquanto as Forças Armadas “sugerem” que o presidente indígena e popular Evo Morales renuncie”, disse.
Pelo Twitter, Cristina enfatizou a repressão das forças policiais no Chile contras os manifestantes que pedem a renúncia do presidente Sebastián Piñera.
“No chile, por semanas as mobilizações maciças pedem a renúncia do presidente neoliberal Sebastián Piñera e as forças armadas e policiais reprimem brutalmente. A Bolívia é chamada de golpe de Estado. Se queremos viver em paz, é hora de pronunciamentos e, acima de tudo, ações claras em defesa da democracia, independentemente da orientação política dos governos que surgem da vontade popular”, afirmou Cristina.
Si queremos vivir en paz, es hora de que haya pronunciamientos y, sobre todo, acciones claras en defensa de la democracia, independientemente de cuál sea la orientación política de los gobiernos que surgen de la voluntad popular.
— Cristina Kirchner (@CFKArgentina) November 10, 2019
Fernando Haddad, ex-prefeito da cidade de São Paulo, culpou a OEA pelos acontecimentos que se sucederam na Bolívia. Haddad ainda disse que a organização deveria se “manifestar” sobre o que acontece no país após a renúncia de Morales.
“A OEA abriu caminho para o golpe na Bolívia. Podia se manifestar sobre o que acha dos últimos acontecimentos”, disse.
A OEA abriu caminho para o golpe na Bolívia. Podia se manifestar sobre o que acha dos últimos acontecimentos.
— Fernando Haddad (@Haddad_Fernando) November 10, 2019
Foro de São Paulo
A Secretária Executiva do Foro de São Paulo, Monica Valente, exigiu respeito aos direitos humanos e pela vida de Morales após denunciar o golpe que o presidente sofreu.
“Fórum de São Paulo denuncia o golpe de Estado perpetrado contra o legítimo presidente Evo Morales e exige respeito pelos direitos humanos, vida e integridade do Presidente Evo, sua equipe e todos os bolivianos que lutam pela democracia”, afirmou.
El Foro de São Paulo @ForodeSaoPaulo denuncia el golpe de Estado perpetrado contra el legítimo presidente Evo Moralez @evoespueblo y exige el respeto a los derechos humanos, vida y integridade del Presidente Evo, su equipe y de todos/as bolivianos/as que luchan por democracia.
— Monica Valente (@movalente) November 10, 2019
Reino Unido
O líder britânico do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, condenou o golpe de Estado que Morales sofreu neste domingo.
“Ver Evo Morales quem, junto com um movimento poderoso, trouxe tanto progresso social ser forçado a sair do cargo pelas forças armadas é assustador. Condeno este golpe contra o povo boliviano e apoio-o pela democracia, justiça social e independência”, disse.
To see @evoespueblo who, along with a powerful movement, has brought so much social progress forced from office by the military is appalling.
I condemn this coup against the Bolivian people and stand with them for democracy, social justice and independence. #ElMundoConEvo
— Jeremy Corbyn (@jeremycorbyn) November 10, 2019
Pablo Iglesias
O líder do partido espanhol Podemos, Pablo Iglesias, disse que os anos em que Morales esteve no poder a Bolívia “melhorou todos os seus indicadores sociais e econômicos” e ainda dedicou todo o apoio ao povo boliviano.
“Golpe de Estado na Bolívia. Vergonhoso que haja meios que digam que o exército faz o presidente renunciar. Nos últimos 14 anos, a Bolívia melhorou todos os seus indicadores sociais e econômicos. Todo nosso apoio ao povo boliviano” disse.
Golpe de Estado en Bolivia. Vergonzoso que haya medios que digan que el ejército hace dimitir al presidente. En los últimos 14 años Bolivia ha mejorado todos sus indicadores sociales y económicos. Todo nuestro apoyo al pueblo boliviano y a Evo Morales
— Pablo Iglesias (@Pablo_Iglesias_) November 10, 2019
Jean Luc-Mélenchon
O líder do partido de esquerda francês França Insubmissa, Jean Luc-Mélenchon, também condenou o golpe contra Evo e disse que “os amigos dos EUA e da União Europeia restauraram sua 'democracia': expurgos anti-indígenas, espancamentos de jornalistas e autoridades eleitas, golpe militar. Este é o mundo ideal deles”.
Coup d’État en #Bolivie contre @evoespueblo. Les amis des USA et de l'Union Européenne ont rétabli leur «démocratie» : pogroms anti-indiens, tabassages de journalistes et d'élus, putch militaire. Tel est leur monde idéal.
— Jean-Luc Mélenchon (@JLMelenchon) November 10, 2019
México
O presidente do México, Andrés Manuel Lopez Obrador, disse que o país se manifestará oficialmente nesta segunda (11/11), mas reconheceu a “atitude responsável” de Morales em renunciar para não “expor seu povo à violência”.
“Por enquanto, como amanhã divulgaremos amplamente nossa posição, reconhecemos a atitude responsável do presidente da Bolívia, Evo Morales, que preferiu deixar de expor seu povo à violência”, afirmou.
Por lo pronto, ya que mañana daremos a conocer con amplitud nuestra postura, reconocemos la actitud responsable del presidente de Bolivia, Evo Morales, quien prefirió renunciar a exponer a su pueblo a la violencia.
— Andrés Manuel (@lopezobrador_) November 10, 2019
ABI
Evo Morales renunciou ao cargo após golpe de Estado na Bolívia