Um grupo de 800 crianças ciganas, além de mais uma centena de garotos e garotas entre nove e 14 anos, foram sistematicamente mortos no campo de concentração de Buchenwald, em 10 de outubro de 1944. Lá era na realidade um conjunto de campos designados I, II e III. Havia também 40 campos “satélites” menores.
Foi em Auschwitz II, em Birkenau, montado em outubro de 1941, que a SS criou um complexo, monstruosamente orquestrado campo de extermínio: 300 galpões de prisioneiros; quatro “casas de banho” nas quais os prisioneiros eram gaseificados até a morte; porões para depósito de cadáveres e fornos crematórios. Milhares de prisioneiros foram também usados como cobaias para experiências médicas, supervisionadas e executadas pelo médico do campo, Josef Mengele (“o anjo da morte”).
Uma mini-revolta teve lugar em 7 de outubro de 1944, quando algumas centenas de judeus prisioneiros estavam sendo forçados a carregar os cadáveres das câmaras de gás para distribuí-los pelos fornos crematórios, conseguiram explodir uma das câmaras de gás e pôr fogo em outra, valendo-se dos explosivos furtados pelas mulheres judias que trabalhavam nas proximidades de uma fábrica de armamentos.
Dos cerca de 450 prisioneiros que estavam envolvidos na sabotagem, cerca de 250 conseguiram escapar do campo no caos que se seguiu.
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Aproximadamente 1,5 milhão de ciganos foram exterminados pelos nazistas
Foram todos encontrados nas cercanias e fuzilados. Aqueles conspiradores que não conseguiram fugir do campo também foram executados, assim como as cinco mulheres da fábrica de armamentos, não sem antes serem torturadas para passar informação detalhada sobre a operação. Nenhuma das mulheres abriu a boca.
Os ciganos também foram escolhidos para receber brutal tratamento do regime de Hitler desde o começo. Considerados “portadores do mal” e “elementos pouco confiáveis que não são capazes de prestar algum serviço útil”, foram marcados para o extermínio ao lado dos judeus da Europa a partir dos primeiros anos da guerra. Aproximadamente 1,5 milhão de ciganos foram exterminados pelos nazistas.
Em 1950, os ciganos tentaram receber compensação pelo seu sofrimento, mas o governo alemão negou por completo alegando que “os ciganos foram perseguidos pelos nazistas não em razão do racismo e sim pelos seus registros de pessoas antissociais e delituosas” Continuaram a ser estigmatizadas ainda que tivessem sofrido as atrocidades que sofreram.
(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.