O porta-voz do Exército de Israel Hidai Zilberman afirmou nesta quinta-feira (13/05) que diversos planos para uma invasão terrestre à Faixa de Gaza serão apresentados aos comandantes israelenses ainda hoje.
Em entrevista à emissora Canal 12, Zilberman afirmou que soldados já estão sendo mobilizados na fronteira e que serão usados “quando nós decidirmos”.
“Nós estamos reunindo forças na fronteira com Gaza, nos preparando. Eles estão estudando o terreno e nós usaremos essas forças quando nós decidirmos utilizá-las”, disse.
A informação foi reiterada pelo tenente-coronel israelense Jonathan Conicus em entrevista à agência britânica Reuters. Nenhuma ordem para a invasão foi dada, afirmou, mas as tropas estão se preparando para “múltiplos cenários”.
Ainda nesta quinta, o ministro da Defesa, Benny Gantz, aprovou a convocação de 9 mil soldados reservistas “à luz dos combates em curso com grupos terroristas na Faixa de Gaza”, segundo informação de seu gabinete.
As tropas devem vir de unidades de combate e centros de comando para servir no Comando Sul, Comando Central e Comando Norte das Forças Armadas.
Desde o início das hostilidades, na terça-feira (11/05), Israel tem apenas realizado disparos aéreos contra Gaza. Segundo o Ministério da Saúde da região, o número de mortes causadas pelos ataques israelenses já chega a 87 e cerca de 530 pessoas ficaram feridas. Entre as vítimas estão 18 crianças e oito mulheres.
Por sua vez, o porta-voz das Brigadas al-Qassam – ala militar do grupo palestino Hamas -, Abu Obeida, disse que o Exército israelense lamentará profundamente a realização de uma invasão terrestre.
“Nossas armas são para nossa terra, para a defesa de nosso povo e para a vitória de nossa santidade”, pontuou o porta-voz. Segundo Obeida, o que os distingue na “batalha” é a “solidariedade dos palestinos em todo o país e o apoio unânime à resistência”.
O porta-voz do Hamas ainda afirmou que a decisão de bombardear Dimona, Tel Aviv e outras cidades israelenses “é mais fácil para nós do que beber água”. “Garantimos ao nosso povo que temos mais foguetes em nosso estoque e nossos ataques com mísseis revelaram a fragilidade do inimigo”, disse.
IDF/Twitter
Última vez que Gaza foi atacada por terra foi em 2014 e resultou em mais 2 mil palestinos mortos
Pressão internacional para cessar fogo
Governos e órgãos internacionais pressionam Israel para cessar os ataques aéreos contra Gaza e para o restabelecimento da paz.
Segundo o Kremlin, o presidente russo, Vladimir Putin, e o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, fizeram um apelo durante uma videochamada nesta quinta pelo fim dos combates entre Israel e palestinos.
Uma delegação egípcia também está em Tel Aviv para conversas com autoridades israelenses como parte dos esforços para negociar um cessar-fogo na escalada da violência contra Gaza.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas deve se reunir novamente, em caráter de urgência, após uma solicitação dos governos da China, Tunísia e Noruega, para debater a situação.
Israel reprime palestinos
Um dos pontos centrais da escalada de tensão foi a decisão de um tribunal israelense de despejar 28 famílias palestinas do bairro Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, para dar lugar a colonos israelenses. Revoltados, os palestinos foram às ruas para protestar.
Outro ponto que despertou descontentamento da comunidade palestina que vive na região foi uma marcha convocada por grupos nacionalistas de Israel para celebrar o “Dia de Jerusalém”, data que marca a ocupação de Jerusalém Oriental por forças israelenses.
As tropas israelenses entraram em Gaza pela última vez durante uma ataque que durou dois meses em 2014, e mais de 2.200 habitantes de Gaza foram mortos.
(*) Com Ansa.