As forças terrestres e aéreas de Israel atacaram na madrugada desta sexta-feira (14/05) regiões que disseram ser um “sistema de túneis” do Hamas na Faixa de Gaza, intensificando o bombardeio que já deixou 119 mortos, incluindo 31 crianças, e cerca de 830 feridos.
Pelo Twitter, o perfil oficial da Defesa israelense afirmou que foram utilizados “160 aeronaves, tanques, unidades de artilharia e infantaria” na extensão da fronteira entre os territórios. Segundo as forças de segurança, o ataque atingiu “150 alvos”. “Nossos jatos e aeronaves acabaram de atingir vários locais de lançamento do Hamas e postos de observação em Gaza”, disse.
O bombardeio noturno ocorreu após especulações de que as forças de Israel teriam iniciado uma missão por terra contra a Faixa de Gaza. As autoridades israelenses haviam indicado apenas que tropas “aéreas e terrestres” estavam atacando a região, sem divulgar detalhes.
Segundo diversas agências internacionais, ainda não estava claro se a operação era uma invasão ou se disparos estavam sendo realizados do lado israelense da fronteira. O Exército de Israel negou que tropas do país avançaram por terra na Faixa de Gaza e disseram que mantém ataques aéreos contra os grupos palestinos.
A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou que mais de 200 casas e 24 escolas foram destruídas ou danificadas na Faixa de Gaza durante os dias de ataques contra a região. A entidade internacional alertou para uma possível limitação do acesso dos moradores à água potável e alimentos, já que redes de energias, tubulação e fontes de alimentação estão sendo cortadas como resultado das ações militares.
De acordo com o Ministério da Saúde da Palestina, o número de mortes causadas pelos ataques somam 119 e cerca de 830 pessoas ficaram feridas. Entre as vítimas, estão 31 crianças e 19 mulheres.
Israel Defense Forces/ Flickr
Defesa israelense afirmou que foram utilizados diversas aeronaves e artilharia na extensão da fronteira nesta madrugada
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta quinta-feira (13/05) que a operação de ataques contra a região da Faixa de Gaza “continuará pelo tempo que for necessário”. Pelo Twitter, Netanyahu ressaltou que cobraria “um preço muito alto” do Hamas, fazendo uma referência aos foguetes lançados pelo grupo nesta semana em Tel Aviv após forças israelenses derrubarem um prédio residencial de 13 andares em Gaza.
“Eu disse que cobraríamos um preço muito alto do Hamas. Estamos fazendo e continuaremos a fazê-lo com grande intensidade. A última palavra não foi dita e esta operação continuará pelo tempo que for necessário”, afirmou o premiê.
A região de Jerusalém Oriental vem sendo palco de uma repressão de forças de Israel contra os palestinos há alguns dias. No começo da semana, a polícia lançou balas de borracha e granadas de choque contra a mesquita de Al-Aqsa.
Ainda na quinta-feira, o ministro da Defesa, Benny Gantz, aprovou a convocação de nove mil soldados reservistas “à luz dos combates em curso com grupos terroristas na Faixa de Gaza”, segundo informação de seu gabinete. As tropas devem vir de unidades de combate e centros de comando para servir no Comando Sul, Comando Central e Comando Norte das Forças Armadas.
Rússia
Durante uma reunião do Conselho de Segurança da Rússia, o presidente Vladimir Putin afirmou que o agravamento dos ataques de Israel contra a Palestina “afetam diretamente interesses de segurança” do país.
“Gostaria de pedir aos meus colegas que expressassem sua opinião sobre como está a situação agora no Oriente Médio. Refiro-me ao agravado conflito palestino-israelense. Isso está acontecendo nas imediações de nossas fronteiras e afeta diretamente nossos interesses de segurança”, disse o presidente russo.
O governo da Rússia, junto com a China, já havia manifestado na quarta-feira (12/05) preocupação e posições das Nações Unidas sobre os ataques israelenses contra a Faixa de Gaza.