O presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, disse nesta segunda-feira (10/01) que a escalada violenta dos protestos que aconteciam na nação asiática desde o dia 2 de janeiro tinha como plano “posterior” a “tomada do poder”.
Na sessão extraordinária da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO, na sigla em inglês), aliança que reúne a Rússia e outros cinco países, Tokayev afirmou ser “evidente” que havia um “plano de criar uma zona de caos” no país.
Segundo ele, a partir de uma análise das autoridades cazaques, a “situação foi descrita como uma ameaça de terrorismo e um ato de agressão”. “Os eventos no Cazaquistão se tornaram críticos”, afirmou o presidente.
O chefe de Estado afirmou que os atos no Cazaquistão, no início do ano, se tornaram elos da mesma cadeia com intenção destrutiva, tornando-se a “pior crise” dos últimos 30 anos no território. “Em poucos dias, em janeiro, o Cazaquistão sofreu uma crise de grande envergadura, que se tornou a pior dos 30 anos de história desde a independência”, declarou Tokayev, apontando que a “preparação” dos protestos “estava sendo realizada há muito tempo”.
“Quanto tempo esta preparação durou – um ano, dois ou três – será determinado pela investigação. As forças destrutivas fizeram diversas tentativas para minar a estabilidade, provocar desordens e testar a estabilidade e a força do Estado. Todas essas ações foram vigorosamente reprimidas”, disse.
De acordo ainda com o presidente Tokayev, os “terroristas” abandonaram os planos de tomar a residência presidencial por causa da CSTO. A organização havia anunciado, na quinta-feira (06/01), que estava enviando uma força de paz ao Cazaquistão para conter as manifestações.
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Presidente do Cazaquistão afirmou que atos tinham como plano ‘posterior’ a ‘tomada do poder’
Com o envio, as forças protegem importantes instalações militares, estatais e sociais na cidade de Almaty e nos arredores. Ainda na quinta, as primeiras unidades aterrissaram no território cazaque.
Os protestos por conta do aumento do preço dos combustíveis tiveram o momento mais violento entre a noite de quarta-feira (05/01) e a madrugada da quinta-feira. Estima-se que quase 6 mil pessoas foram presas e que 164 morreram nos tumultos, informou o Ministério da Saúde do Cazaquistão.
“Agressão do terrorismo internacional no Cazaquistão”
Nesta segunda-feira, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou estar observando uma “agressão do terrorismo internacional” no Cazaquistão, sublinhando que os combatentes foram treinados em “pontos quentes”, ou seja, em situações de guerra.
Putin ainda afirmou que todos entendem que os acontecimentos no Cazaquistão não foram uma ação espontânea ligada ao aumento dos preços do combustível. Segundo ele, foram usadas tecnologias de Maidan – elementos de apoio informacional aos protestos.
Para o presidente russo, os eventos no Cazaquistão não são a primeira, nem a última tentativa de intervenção estrangeira. “Tenho a certeza de que, com esforços conjuntos, logo a situação em todo o país estará definitivamente sob controle e estabilizada, e que a paz e tranquilidade retornarão finalmente ao Cazaquistão”, afirmou Putin.
(*) Com Sputnik.