“Ataque a Kirchner sacode polarizada política argentina”, declara a agência alemã Deutsche Welle sobre tentativa de assassinato fracassada contra a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, na noite da última quinta-feira (01/09).
O jornal alemão considera que o atentado oferece uma “trégua frágil” sem tempo determinado em meio à tensão na Argentina, destacando a crise política que o país latino-americano vive, a qual foi incrementada depois que o Ministério Público pediu 12 anos de prisão da vice-mandatária, por um suposto caso de corrupção.
Já a principal agência pública de notícias da Argentina, Telám, traz uma cobertura sobre o caso, destacando as reações de líderes e chefes de governo de países como Estados Unidos e Brasil, noticiando que o vice-presidente brasileiro, Hamilton Mourão, considerou o atentado como “questão interna” da Argentina.
Por sua vez, a rede de televisão venezuelana Telesur, noticia o caso, trazendo destaque às declarações que presidentes latino-americanos e organizações sociais manifestam em relação ao atentado. O portal também considera as marchas pela democracia que tem acontecido na Argentina nesta sexta-feira (02/09) como “solidariedade” pela vice-presidente.
“Partidos políticos, organizações de direitos humanos, sindicatos, personalidades e uma grande representação popular dirigem-se à Plaza de Mayo antes das 12h00 locais (15h00 UTC) sob o lema “Todos à Praça”, informa a matéria.
Twitter/Cristina Kirchner
Vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, sofreu tentativa de assassinato fracassada na noite da última quinta-feira (01/09).
Já a francesa RFI comenta a postura de Kirchner após quase ser assassinada. O veículo destaca que a vice-mandatária não demonstrou “susto nem temor” após atentado.
“A vice-presidente continuou a assinar livros, a tirar fotos e a cumprimentar a militância durante vários minutos, como se nada tivesse acontecido”, afirma o portal.
“Um novo clima de inquietação tomou conta da Argentina nesta sexta-feira, quando cidadãos abalados acordaram após um ataque com armas contra sua vice-presidente de alto nível que, salvo um defeito mecânico, poderia tê-la matado”, diz a Reuters ao explicar como o ataque à vice-presidente aconteceu. Também afirma que argentinos estão “abalados” após a tentativa fracassada.
O jornal The Guardian, da Inglaterra, apontou para um aumento no “nível de violência verbal” entre os políticos da oposição argentina, que, inclusive, pedem reintrodução da pena de morte no país para condenar a vice-presidente, e considerou o ataque da última quinta como um “evento dramático”.
Além disso, também descreveu Kirchner como uma figura “poderosa e divisiva na Argentina” ao explicar os supostos casos de corrupção que a vice-presidente está sendo acusada.
“Uma figura poderosa e divisiva na Argentina, está envolvida em acusações de longa data de que ela favoreceu a construtora de uma aliada próxima para contratos de estradas em sua província natal de Santa Cruz durante seus dois mandatos como presidente de 2007 a 2015”, completa.