A VIII reunião do Grupo de Puebla, ocorrida nesta segunda-feira (14/11), na cidade colombiana de Santa Marta (no Norte do país), teve como principal tema de discussão a criação de uma moeda única latino-americana.
No comunicado publicado após o encontro, a entidade manifesta que “a América Latina e o Caribe precisam lançar uma arquitetura financeira adaptada às suas necessidades e sem imposições que ameacem a soberania dos povos”.
O texto também defende a incorporação de novos temas à agenda regional, como as políticas públicas ambientais, transição ecológica, proteção dos direitos dos povos indígenas, defesa da equidade de gênero, desenvolvimento de energias alternativas e a necessidade de incluir novos atores sociais e econômicos na processos de integração regional.
A organização do evento escolheu Santa Marta, cidade mais antiga da Colômbia (fundada em 1525) para reunir algumas das figuras mais proeminentes da esquerda latino-americana, como a ex-presidenta brasileira Dilma Rousseff, o ex-presidente boliviano Evo Morales, o também ex-presidente colombiano Ernesto Samper, entre outros.
Los líderes progresistas de la región celebran en Colombia el cambio de rumbo de la región #Puebla #Colombia #grupodepuebla https://t.co/ye4WSr4ETa pic.twitter.com/hgYeadOKCQ
— Nueva Data (@NuevaDataOk) November 14, 2022
Grupo de Puebla
Líderes da esquerda latino-americana durante evento do Grupo de Puebla, na Colômbia
Também estiveram presentes personalidades políticas europeias, sendo a mais destacada o ex-presidente da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero.
A reunião do Grupo de Puebla também celebrou o que considera uma nova onda de governos progressistas na região, que foi reforçada este ano como duas novas vitórias: de Gustavo Petro na Colômbia e de Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil.
Porém, esse novo cenário também foi argumento daqueles que salientaram que a esquerda latino-americana precisa aproveitar esse momento para incorporar novos temas na agenda regional, que não tiveram visibilidade durante o período que qualificaram como o “inverno conservador” da região, entre 2016 e 2021.
“Hoje, quando o progressismo é governo em grande parte dos Estados latino-americanos e caribenhos, abre-se uma oportunidade imbatível para continuar com a tarefa iniciada no início do século e que foi transcendente em termos de políticas sociais para reduzir as brechas”, diz o comunicado final do evento.
Entre esses novos temas está a ideia de que o progressismo latino-americano precisa de um projeto concreto de segurança pública e combate ao narcotráfico que se imponha sobre o discurso dos setores de direita e extrema-direita, e que seja baseado no respeito às comunidades e grupos sociais mais vulneráveis e em políticas integradas entre os países, além do tratamento social e de saúde para a dependência e consumo.