Para defender a cidade curdo-síria de Kobani dos jihadistas do EI (Estado Islâmico), os curdo-iraquianos concordaram em enviar ao local uma tropa com centenas de soldados. Os membros das forças do Curdistão iraquiano, conhecidos como peshmergas, chegarão a Kobani através da Turquia, país que tem longo histórico de conflitos com curdos separatistas.
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Agência Efe
Multidão curda sepulta corpo de soldados curdos, conhecidos como peshmergas, mortos em confronto com o Estado Islâmico em Kobani, na Síria
É a primeira vez desde 1960 que tropas curdo-iraquianas farão uma missão fora do país. Segundo Marouf, o envio ocorre “por pedido do [presidente do Curdistão iraquiano Massoud] Barzani e com apoio da Turquia”, explicou nesta quarta-feira (22/10) o deputado curdo-iraquiano Aydin Marouf, membro da Frente Turcomana do Iraque, que participou da sessão fechada do parlamento do Curdistão em Erbil, onde foi tomada a decisão do envio.
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O grupo será equipado com armamento pesado e atravessará a fronteira entre a Turquia e a Síria após o governo turco ter autorizado, nesta semana, a abertura da passagem.
A única via de acesso a Kobani, rodeada há mais de um mês pelos radicais, é a fronteira turca, onde o governo local impôs uma série de barreiras que só permitem a passagem de ambulâncias e, ocasionalmente, a entrada de ajuda humanitária ou refugiados da cidade que desejam voltar. A fronteira entre Iraque e Síria não pode ser utilizada pelos curdos, pois está dominada pelos jihadistas do Estado Islâmico.
Criticado pela demora em fornecer ajuda logística e humanitária no combte ao EI, o governo turco confirmou hoje oficialmente que permitirá a utilização de seu território pelos peshmergas. Internamente, a Turquia teme que a ajuda aos curdo-iraquianos possa fortalecer os curdo separistas, que lutam contra as forças turcas há décadas para constituir um Estado independente.
Ofensiva anti-EI já matou 550
Pelo menos 553 pessoas morreram em um mês na Síria por causa dos bombardeios da aviação da coalizão internacional contra as posições do EI, informou nesta quinta-feira (23/10) o Observatório Sírio de Direitos Humanos.
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A ONG baseada Londres e que conta uma ampla rede de ativistas no terreno, documentou as vítimas desde o início das operações da força multinacional, liderada pelos EUA, em 23 de setembro e até a 0h (local) desta quinta.
Entre as vítimas mortais estão 32 civis, seis crianças e cinco mulheres. Mais de 80% dos mortos eram membros do EI, que perderam 464 combatentes, a maioria estrangeira, desde o começo dos bombardeios contra seus redutos.
Os ataques aéreos também causaram baixas nas fileiras da Frente al Nusra — filial da Al Qaeda na Síria, que perdeu 57 homens nas províncias de Aleppo e de Idlib, no norte do país.
A coalizão internacional teve como alvo, além de bases dos jihadistas, refinarias e jazidas petrolíferas nas províncias de Al Hasaka e Deir ez Zor, algumas nas mãos do EI, mas outras administradas por civis.
(*) Com informações da Agência Efe