O presidente haitiano, Michel Martelly, assinou neste sábado (06/02) um acordo com os chefes da Câmara dos deputados e do Ministério da Defesa para a formação de um governo de transição a partir deste domingo (07/02), quando termina seu mandato. Como o processo eleitoral para eleger um novo mandatário não foi concluído, o país poderia vivenciar a partir de amanhã um vazio de poder.
Na proposta apresentada nesta sexta-feira (05/02), Martelly propôs manter os ministros do atual governo, completar o CEP (Conselho Eleitoral Provisório), praticamente desmantelado pela renúncia de sete de seus nove membros, e dar continuidade ao processo eleitoral.
Agência Efe
Protestos no país têm sido diários
O país iria realizar em 24 de janeiro o segundo turno das eleições presidenciais, que foram adiados dois dias antes pelo CEP perante a situação de violência no país e que deixou pelo menos três mortos.
Às eleições estavam convocados o candidato governista, Jovenel Moise, e o opositor, Jude Celestin, que se negou a participar do segundo turno eleitoral, previsto inicialmente para 27 de dezembro, pelo suposta fraude cometida no primeiro turno realizado em 25 de outubro.
Violência
Um ex-militar morreu nesta sexta em meio aos enfrentamentos ocorridos na capital Porto Príncipe. Ele integrava um grupo uniformizado que saiu pelas ruas da cidade com fuzis e pistolas dizendo ser composto por ex-integrantes da extinta Força Armada do Haiti.
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Quando o grupo cruzou com manifestantes opositores ao governo de Martelly, houve confronto e os uniformizados dispararam — com balas de verdade — para cima. O ato foi respondido com o arremesso de pedras nas proximidades do palácio presidencial, na Praça Champ de Mars.
O grupo então se retirou, mas um dos integrantes não conseguiu acompanhar os demais e ficou preso em meio à multidão de manifestantes que então o lincharam até a morte.
A polícia nacional e integrantes da Minustah (Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti) chegaram na sequência ao local, mas o homem já estava morto.