O candidato governista de direita Johnny Araya, do PLN (Partido Libertação Nacional) surpreendeu ao anunciar nesta quarta-feira (05/03) que vai desistir de disputar o segundo turno das eleições presidenciais na Costa Rica, marcado para o dia 6 de abril.
A decisão foi anunciada hoje em uma coletiva de imprensa realizada logo após a divulgação de uma pesquisa eleitoral que dava ao candidato rival, o centrista Luis Guillermo Solís, 64,4% das intenções de voto — uma vantagem de mais de 40 pontos percentuais sobre Araya. No primeiro turno, Araya obteve 29,6% dos votos; logo atrás de Solís, com 30,9%.
Agência Efe
Ex-prefeito da capital San José, Johnny Araya, candidato pelo PLN, afirmou, ao renunciar, que a campanha estava “muito difícil”
“Com firmeza faço saber a minha decisão de concluir esta campanha presidencial”, disse Araya, ex-prefeito da capital San José. O político declarou que “sua sensatez o fez ponderar os elementos da realidade”, indicando que o melhor caminho era pôr fim à candidatura, pois a campanha estava “muito difícil e cheia de obstáculos”.
Em sua conta oficial no Facebook, Johnny Araya escreveu após o anúncio:
Nosso país não merece entrar em um desgaste político, merece unir-se, merece quitar o negativo e trocá-lo pelo positivo. Construir sobre todas as fortalezas que temos, e que são muitas. Este servidor os convida a construir um pacto nacional para a produção, igualdade e governabilidade.
NULL
NULL
Legislação eleitoral
O anúncio de Johnny Araya cria um clima de incerteza no país. A Constituição costarriquenha estabelece que “não podem renunciar à candidatura para Presidência e Vice-Presidência os cidadãos incluídos em uma chapa já inscrita”, nem em primeiro nem em segundo turno.
O presidente do Tribunal Supremo de Eleições, Luis Antonio Sobrado, afirmou que os membros da chapa têm a “obrigação ética, legal e democrática” de comparecer ao pleito de 6 de abril e cumprir seus papéis no segundo turno. Sobrado insistiu que as zonas eleitorais serão abertas normalmente às 6h do dia 6 de abril, conforme estipulado pela legislação.
O candidato centrista Luis Guillermo Solís, do PAC (Partido Ação Cidadã), ainda não se manifestou sobre a renúncia do rival.