Centenas de milhares de venezuelanos participaram, neste domingo (07/04), do ato de encerramento da campanha de Henrique Capriles em Caracas. Após atravessar a multidão sob uma caravana, da qual jogava bonés com as cores da bandeira venezuelana, o candidato da oposição realizou um discurso no qual manteve a tônica agressiva dessa curta campanha eleitoral, apesar de prometer a “reconciliação” entre os habitantes do país.
Efe
Centenas de milhares de pessoas compareceram a ato de encerramento da campanha de Henrique Capriles em Caracas
“A avenida Bolívar ficou pequena para nós”, afirmou o candidato da MUD (Mesa de Unidade Democrática), complementando que a presença massiva de seus apoiadores nas ruas de Caracas “confirmam o que vai acontecer” nas eleições presidenciais, marcadas para o próximo domingo (14/04). Segundo ele, o dia posterior ao pleito será o da “reconciliação de todos os venezuelanos”.
Capriles afirmou também que o governo do país “perdeu seu objetivo no caminho, se encheu de corrupção, de maldade e de ódio aos venezuelanos” e voltou a acusar o mesmo de “mentiras” e “falsidade”, alegando que os que choravam com a morte do líder Hugo Chávez, no início de março, “pouco mais de um mês depois estavam pulando no palco”. “São uns falsos”, concluiu.
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“Somente o diabo é capaz de usar o poder para amedrontar o povo venezuelano”, afirmou o candidato, que realizou fortes denúncias, como a de que os apoiadores do governo estariam induzindo setores da população a votar pelo chavismo. “Vejo que ameaçam os venezuelanos por seus votos”, disse.
Pesquisas
Capriles mostrou, no entanto, confiança de que será o próximo mandatário do país, ao mencionar uma pesquisa na qual figura como líder nas intenções de voto. O estudo realizado pela consultora Datamática, que aponta que o candidato opositor teria 39,7% das intenções de voto contra 34,9% de Nicolás Maduro, é contestada pelas sondagens realizadas pelos institutos de pesquisa mais respeitados do país.
De acordo com um estudo realizado pela Datanálisis entre os dias 18 a 21 de março, com 800 entrevistas, Maduro contaria com uma vantagem de 16,4% sobre Capriles, com 50,3% das intenções de votos. Já a pesquisa mais recente do GIS XXI (Grupo de Investigação Social Século XXI), também realizada no mês passado, posiciona Maduro na liderança, com 55,3% das intenções, enquanto Capriles obteria 44,7% dos votos.
Já uma sondagem divulgada na última quarta-feira (03/04) pela Hinterlaces mostra o presidente interino com 54% das intenções, enquanto Capriles aparece com 37%. De acordo com o cenário de projeção do instituto de pesquisa, o candidato chavista ganharia as eleições do próximo domingo com uma vantagem de 15 a 17 pontos porcentuais.
“Hoje estamos ganhando esse processo”, disse, ainda assim, o candidato opositor em seu discurso em Caracas, “não somente estamos ganhando como vamos ganhar no dia 14”. “Parecia que era uma luta quase impossível (…) Davi ganhou frente a Golias, e cada um de vocês tem um Davi dentro de si, para derrotar os poderosos (…) Essa luta é difícil, mas não é impossível”, afirmou a seus apoiadores.
Durante o discurso, milhares de pessoas levantavam fotos de Capriles e cantavam “Sim, é possível”. “Claro que é possível, respondeu o candidato sobre palanque, em um dos momentos em que foi interrompido pelo canto da multidão, antes de mandar uma mensagem a Maduro: “você ganhará as eleições em Havana, nós vamos ganhar na Venezuela”.
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