O advogado da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte em seu país depois de ser acusada de adultério e de ter participado do assassinato do marido, continua na prisão, afirmaram à ANSA fontes de entidades humanitárias.
A porta-voz da ONG Comitê Internacional Contra o Apedrejamento, Mina Ahadi, explicou que Javid Houtan Kian não foi libertado neste sábado, como se supunha. A própria Ahadi havia informado anteriormente que o advogado poderia sair da cadeia no fim de semana após o pagamento de uma fiança.
Kian foi preso no dia 10 de outubro junto a Sajjad Ghaderzadeh, filho mais velho de Sakineh, enquanto ambos davam uma entrevista a dois jornalistas alemães. Os europeus também foram detidos — as autoridades locais alegam que eles não são repórteres e que entraram no Irã com visto de turista.
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“O advogado não foi libertado”, comentou Ahadi. “Não sabemos nada de novo, todos ainda estão na cadeia. Devemos esperar, o regime iraniano ainda não decidiu”, completou a porta-voz.
Na mesma ocasião em que a opositora disse à ANSA que Kian poderia ser libertado sob fiança, ela comunicou que o processo contra os dois jornalistas seria provavelmente iniciado no mesmo dia. “O processo não foi realizado”, declarou Ahadi hoje.
Apedrejamento
O caso de Sakineh atraiu atenção mundial depois que ela foi condenada ao apedrejamento por ter supostamente traído o marido. Diversas entidades e governos tentaram interceder a favor da iraniana e, após uma intensa pressão internacional, a p ena foi suspensa em agosto.
Na última semana, representantes de ONGs vieram a público para dizer que a mulher poderia ser executada em poucos dias. Ao invés da morte por apedrejamento, no entanto, o castigo mudaria para um enforcamento.
Na sexta-feira, o embaixador do Irã em Roma, Seyed Mohammad Ali Hosseini, classificou as informações sobre a eventual execução como uma “tentativa de desviar a opinião pública” e garantiu que o processo de Sakineh “ainda não foi completado, e não foi emitida até hoje qualquer sentença definitiva”.
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