O italiano Angelo Balducci, ex-presidente do Conselho Superior italiano de Trabalho Público e que é investigado por suposta corrupção em licitações de obras públicas, não exerce mais o cargo de “Cavaleiro de Sua Santidade”, informaram à Ansa fontes vaticanas.
Balducci está detido desde o último dia 10 sob a acusação de participar de um esquema que envolveria troca de favores sexuais por licitações das obras do complexo La Maddalena, localizado na região italiana da Sardenha, que abrigaria a Cúpula do G8 em junho do ano passado – o evento foi transferido para a região de L'Aquila, que recentemente havia sido devastada por um terremoto.
“Independente de qualquer ato formal de revogação do cargo de 'Cavaleiro de Sua Santidade', é óbvio que ele não pode ser chamado para realizar nenhum serviço durante sua permanência na prisão, e nem se as acusações contra ele forem confirmadas”, explicaram as fontes ao serem consultadas sobre o tema.
O “Cavaleiro de Sua Santidade” integra o quadro de membros da Prefeitura da Casa Pontifícia, organismo que atua na administração do Estado da Cidade do Vaticano e das cerimônias religiosas e civis. Formada por eclesiásticos e leigos nomeados pelo Papa, a Casa Pontifícia é dividida em Capela Pontifícia e Família Pontifícia.
A primeira reúne religiosos e familiares do Pontífice, que exercem atividades ligadas ao Papa como líder espiritual. Já a segunda é subdividida em Família Pontifícia Eclesiástica e Família Pontifícia Laica, que são formadas por membros da Igreja Católica e do laicato, respectivamente, que cuidam do funcionamento do Vaticano como Estado soberano.
Na Família Pontifícia Laica há os cargos, entre outros, de Comandante da Guarda de Honra do Papa, Comandante da Guarda Suíça, Procuradores do Sacro Palácio Apostólico, Conselheiros-Gerais do Estado da Cidade do Vaticano e Cavaleiros de Sua Santidade, grupo que Balducci integrava desde 1995.
'Grampo'
O ex-presidente do Conselho Superior de Trabalho Público também é consultor da Congregação para a Evangelização dos Povos, função que não será mais exercida por ele enquanto estiver detido.
As acusações contra Balducci surgiram durante as investigações realizadas pela Procuradoria de Florença por meio de interceptações telefônicas. Ele foi um dos responsáveis pelas obras em La Maddalena junto ao chefe da Defesa Civil, Guido Bertolaso, que também é citado no caso. Outras três pessoas também estão detidas.
Ontem, fontes da Santa Sé também afirmaram que corista nigeriano Chinedu Thomas Ehiem foi afastado do coro da Capela Giulia, que se apresenta na Basílica de São Pedro, após o seu nome ter aparecido nas investigações.
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