“Paz, estabilidade regional e não ingerência” foram os temas de debate da 20ª Cúpula da Aliança Bolivariana dos Povos da Nossa América – Tratado de Comércio entre os Povos (Alba-TCP). Os chefes de Estado e de governo dos 10 países-membros se reuniram na capital cubana para celebrar os 17 anos do bloco e aprovar um “plano de trabalho” para 2022.
Como anfitrião, o presidente cubano Miguel Díaz-Canel celebrou as recentes vitórias eleitorais na Nicarágua, com a reeleição de Daniel Ortega, e do chavismo nas eleições regionais da Venezuela. “Demonstramos a importância da dignidade dos povos para enfrentar o terrorismo político e econômico praticado pelos Estados Unidos”, disse o mandatário nicaraguense Daniel Ortega.
A ilha caribenha de Santa Lúcia retomou sua participação no Fórum neste encontro.
“Retomar os encontros presenciais em Havana é duplamente inspirador, não só porque nossa proximidade é sinal de que vamos superando uma crise sanitária sem precedentes, mas pela feliz circunstância do que fizemos para poder celebrar essa 20ª Cúpula”, destacou Díaz Canel.
Cuba foi responsável pela produção de cinco imunizantes contra a covid-19 e possui cerca de 90% da população vacinada, incluindo crianças e adolescentes. Com a fórmula Abdala, os governos cubano e venezuelano acordaram criar um banco de vacinas para a Aliança.
A Alba-TCT também intermediou a criação de pontes aéreas entre os países do bloco para fornecimento de ajuda humanitária. Nesta terça-feira (14/12), a Bolívia entregou 15 toneladas de alimentos e cinco toneladas de medicamentos para Cuba.
Reprodução/ ALBA-TCP
Secretário Execuivo da Alba-TCP, Sacha Llorenti e os chefes de Estado e de governo dos países membro do bloco
Díaz-Canel criticou novamente os mecanismos de distribuição das vacinas e a concentração de doses disponíveis entre os países ricos.
“Sob essas condições são logicamente insuficientes os planos globais para enfrentar a covid-19 e a crise econômica e social que provoca. O imperialismo, consciente da situação, não se deteve, reforçou seus planos de dominação”, declarou o presidente, criticando o bloqueio econômico imposto à Cuba, Venezuela e Nicarágua pelos Estados Unidos.
O presidente da Bolívia, Luis Arce, destacou que somente 1,1% da população pobre do mundo foi vacinada, “o capitalismo mercantilizou todos os âmbitos da sociedade”, criticando as patentes de imunizantes. Para superar a dependência atual das grandes farmacêuticas, Arce propôs a criação de duas empresas para autossuficiência de medicamentos e alimentos da Alba-TCP.
No mesmo sentido, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, defendeu a criação de um plano econômico compartilhado. “Devemos fortalecer nossa casa, nosso espaço comum. Separados somos fracos e ninguém por si próprio alcançará o desenvolvimento individual”, ressaltou.
Ao final do encontro, os chefes de Estado e de governo da Alba-TCP realizaram um ato em homenagem à memória de Fidel Castro e Hugo Chávez, principais promotores da criação da Aliança regional.