O ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, pediu ao governo provisório do Egito para que o ex-presidente Mohamed Mursi, deposto pelas Forças Armadas, seja libertado “o mais rápido possível”. Desde que foi afastado do cargo na semana passada, ele está sob custódia dos militares.
“Pedimos que seja posto um fim a todas as medidas limitadoras da liberdade de movimentos de Mohamed Mursi”, disse o chanceler em entrevista à imprensa europeia.
Agência Efe
Com o início do Ramadã, há temor da comunidade internacional com o aumento da tensão no país
Na quinta-feira (11/07), o porta-voz da chancelaria egípcia, Badr Abdelatty, disse que Mursi está “em lugar seguro, para seu próprio bem, sendo tratado dignamente”. No entanto, nenhuma autoridade do país revelou até o momento onde o líder político do a Irmandade Muçulmana se encontra.
Depois de uma semana, o clima de tensão permanece no Egito. Defensores de Mursi ligados ao Partido da Justiça e da Liberdade — braço político da Irmandade Muçulmana e principal base de apoio do governo deposto — vêm diariamente confrontando a multidão que apoiou a sua deposição. “Vamos continuar o nosso protesto pacífico até o fim do golpe militar e o regresso à legitimidade”, disse na última quinta (11/07) o porta-voz da Irmandade Muçulmana, Ahmed Aref.
O partido islamita e outros setores da oposição liberal (laica) se recusaram a participar do novo governo do Egito, comandado pelo primeiro-ministro interino Hazem al Beblawi.
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Hoje (12/07) é a primeira sexta-feira do mês sagrado do Ramadã — importante marco do calendário religioso islâmico que prevê período de jejum, de renovação da fé, da prática da caridade. O temor da comunidade internacional é que a data inflame os apoiadores da Irmandade Muçulmana. Simpatizantes de Mursi organizaram manifestações nesta sexta (12/07) em todo o país.
Na quinta (11/07), um policial foi morto e outro ferido durante um ataque a um posto militar na Península do Sinai, no Nordeste. Uma delegacia foi atacada na cidade de El Arish, região que enfrenta problemas de segurança desde 2011, quando o então presidente Hosni Mubarak renunciou ao cargo.
Desde a destituição de Mursi, no último dia 3, pelo menos 100 pessoas morreram. Os defensores do governo deposto ressaltaram que ele foi o primeiro presidente da história recente do país eleito democraticamente.
O governo interino egípcio emitiu na última quarta-feira (10/07) um mandado de detenção contra o guia supremo da Irmandade, Mohamed Badie, e outros dirigentes do movimento islâmico, acusados de incitamento à violência nos graves incidentes do início da semana.
Segundo informações da Agência Brasil, o presidente interino nomeado para o lugar de Mursi, Adly Mansour, apresentou um calendário para aprovação de uma nova Constituição e organização de eleições legislativas e presidenciais até ao início de 2014. Mas a proposta foi rejeitada quer pelos islamistas quer pelos laicos que se opõem a Mursi, os quais, no entanto, se dispuseram a propor alterações.