Milhões de americanos votam nesta
terça-feira para renovar totalmente a Câmara de Representantes e parte do Senado, além de escolher governadores e outros postos estaduais e locais, em eleições nas quais se prevê um avanço da direita.
Por enquanto, a jornada transcorre sem grandes incidentes em todo o país, após uma longa campanha que custou aproximadamente US$ 4 bilhões.
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Os primeiros centros de votação a abrir começaram a receber votos às 8h (de Brasília), enquanto os últimos a fechar estão no Havaí e no Alasca, às 2h de quarta-feira.
Espera-se que a intensa campanha de mobilização de democratas e republicanos atraia às urnas cerca de 90 milhões dos 218 milhões com direito a voto, o que representaria uma participação recorde de algo mais de 41% para eleições legislativas.
Além disso, 14 milhões de americanos entregaram seu voto
antecipadamente, entre eles o presidente do país, Barack Obama, que ontem disse que os resultados das eleições “terão um impacto nas próximas décadas”.
Além disso, Obama pediu a um desanimado eleitorado que não dê as costas a seus planos de mudança, mas as pesquisas apontam que o Partido Democrata não sairá favorecido.
Além de escolher legisladores, governadores e outros cargos, os americanos serão consultados nas urnas sobre uma variedade de temas, como a legalização da maconha para fins recreativos na Califórnia, onde já é legal seu uso medicinal.
As pesquisas antecipam que os republicanos obterão o controle da Câmara de Representantes e a maioria dos governadores estaduais, além de avançarem no Senado, apesar de não obterem a vitória.
O blog “FiveThirtyEight”, que predisse corretamente os resultados em todos os estados do país durante as eleições presidenciais de 2008, prevê que os republicanos fiquem com 48 das 100 cadeiras no Senado, com 233 das 435 na Câmara de Representantes e 30 dos 50 postos de governadores.
“Será um grande dia”, disse nesta terça o líder dos republicanos na Câmara de Representantes, John Boehner, após votar em Ohio.
Com os dados das pesquisas sobre a mesa e declarações triunfalistas como a de Boehner, os especialistas já se dedicam a debater se o “giro à direita” será temporário ou permanente.
A última pesquisa conjunta do periódico “Wall Street Journal” e a rede de televisão “NBC” mostra que 62 % dos que pretendem respaldar os republicanos descrevem seu voto como uma decisão provisória, enquanto outros 28% afirmam estar fazendo uma mudança de alianças políticas a longo prazo.
A previsível perda do controle do Congresso por parte dos democratas, que permitiu a Obama aprovar uma ambiciosa reforma na saúde e aplicar bilhões de dólares para reviver a economia, promete complicar os planos do presidente.
Para começar, os republicanos anteciparam que tratarão de anular a reforma na saúde e o avanço em outros temas conflituosos como a reforma migratória, e a aprovação de uma ampla lei energética se presume ainda mais difícil.
A grande surpresa das eleições nos EUA foi o movimento popular “Tea Party” que canalizou o descontentamento do segmento mais conservador da população com uma economia em crise e as despesas exageradas do governo.
Entre os desenlaces mais esperados do dia está o da disputa em Nevada na qual está em jogo a continuidade do líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, enredado em uma dura disputa com a republicana Sharron Angle.
Os republicanos confessaram abertamente que nenhuma vitória será tão comemorada quanto a de Nevada, caso ela aconteça.
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