O presidente francês, François Hollande, pediu ao mandatário norte-americano, Barack Obama, que vá “até o fim” para remover o bloqueio econômico contra Cuba. Hollande fez tal declaração durante coletiva de imprensa em conjunto com o presidente cubano, Raúl Castro, que chegou à França neste domingo e começou nesta segunda-feira (01/02) uma visita oficial ao país europeu.
“O presidente Obama deve, e ele mesmo disse isso, ir até o fim e acabar com este vestígio da Guerra Fria”, disse Hollande aos jornalistas no Palácio do Eliseu antes de um jantar com Castro.
Agência Efe
O presidente cubano, Raúl Castro, e o presidente francês, François Hollande, conversam no Palácio do Eliseu nesta segunda-feira
Antes da chegada do presidente cubano, Hollande havia dito que a visita representava “uma nova etapa no fortalecimento de relações entre os dois países”. Esta é a primeira visita oficial de um líder cubano ao país europeu desde 1995, quando Fidel Castro, irmão de Raúl e então presidente de Cuba, visitou o então presidente francês, François Miterrand. É também um prosseguimento à visita oficial de Hollande a Cuba em maio do ano passado, a primeira de um presidente de um país europeu em mais de 50 anos.
De acordo com o Ministro das Relações Exteriores de Cuba, Rogelio Sierra, o governo francês espera que a visita permita a Cuba “expandir e diversificar suas relações com a França em todas as áreas possíveis – política, economia, importações, finanças, investimentos, cultura e cooperação”.
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Já operam na ilha empresas francesas como Accor, Bouygues, Alstom, Air France e Alcatel-Lucent, mas o volume dos intercâmbios comerciais ainda não está à altura das expectativas francesas, segundo o ministro do Comércio Exterior, Matthias Fekl.
Na terça-feira (02/02), Castro irá se encontrar com o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, e a prefeita de Paris, Anne Hidalgo. O chefe de Estado cubano também irá ao Medef (Movimento Empresarial da França) para discutir novas oportunidades de negócio entre os dois países.
Além disso, o presidente cubano visitará o Museu do Homem, que foca na evolução humana, e conhecerá a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova.
A viagem de Castro só foi possível após um acordo entre França e Cuba, firmado em dezembro do ano passado, que renegociava a dívida externa cubana para com o país europeu, que estava por volta dos US$ 8,5 bilhões (cerca de R$ 34 bi).