Pablo Iglesias, líder do partido espanhol Podemos, disse a jornalistas nesta segunda-feira (01/02) que não irá apoiar uma possível formação de governo entre o partido de Pedro Sánchez, o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), e o partido de centro-direita Ciudadanos, presidido por Alberto Rivera.
“O que o Ciudadanos está planejando e diz legitimamente é que deveria se colocar de acordo com o PP [Partido Popular, do atual presidente de governo, Mariano Rajoy] e o PSOE. Se o PSOE e Pedro Sánchez apostam pela via da imobilidade, pela via que o PP quer, então evidentemente não contará com o nosso apoio”, disse Iglesias, referindo-se a uma possível continuidade dos laços políticos que governaram a Espanha nos últimos anos.
Pablo Iglesias voltará a se reunir com o rei Felipe VI, onde irá propor novamente uma coalizão de esquerda para assumir o governo da Espanha. Nela, Pedro Sánchez, do PSOE, seria o candidato e ele escolheria entre o próprio Iglesias e Alberto Garzón, do Unidad Popular, para serem seu vice.
Agência Efe
Rei Felipe VI e Albert Rivera, presidente do Ciudadanos
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A coalizão também contaria com o apoio da Esquerda Unida e outros partidos independentes para conseguir formar governo sem o apoio do PP, que possui maioria no Congresso, e sem o Ciudadanos. No entanto, com 40 cadeiras, o Ciudadanos é fundamental para qualquer força política que queira formar governo.
Mariano Rajoy
O presidente interino vive um impasse para formar governo desde as eleições gerais de 19 de dezembro. Na ocasião, o PP esteve à frente na contagem de votos, mas não obteve maioria absoluta no Parlamento. Desde então, o ex-premiê conservador tem tentado compor novas alianças com outras forças políticas no país, mas sem sucesso.
Os socialistas acusaram, por meio de um comunicado, Rajoy de utilizar de forma partidária as instituições e regras democráticas “como nunca fora conhecido antes na história da nossa democracia”. O fato dele “se manter na espera, por razões de sobrevivência política e pessoal, se amparando na existência de hipotéticas maiorias alternativas, é uma irresponsabilidade que não está de acordo com os interesses dos cidadãos e com os objetivos que temos defendido para nosso país”.
Para possuir maioria no Parlamento, Rajoy precisaria do suporte do PSOE e do Podemos, os dois partidos com mais cadeiras depois do PP. No entanto, desde as eleições legislativas, tanto PSOE e Podemos, quanto a quarta força parlamentar — os liberais e novatos Ciudadanos — já indicaram que não têm a intenção de formar um governo com Mariano Rajoy.