Ao menos 23 pessoas morreram desde o início da série de protestos contra o governo do Irã, iniciada no dia 28 de dezembro, informa a mídia estatal do país nesta terça-feira (02/01).
De acordo com o sistema de jornais e televisão, duas mortes ocorreram em Najafabad, duas em Khomeinishahr, seis em Ghahderijan, três no Tuiserkan, três em Izeh, quatro em Doroud e três em Shahinshahr.
Os números não foram confirmados pelo governo que, no entanto, informou que 450 manifestantes foram presos desde o último sábado (30/12) durante os atos.
No Irã, assim como ocorre em diversos outros países, manifestações precisam de autorização das autoridades para acontecerem.
No entanto, o presidente do país, Hassan Rohani, após membros do governo ameaçarem os manifestantes, disse que o povo era “livre para protestar”, mas destacou que atos de vandalismo seriam punidos.
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No Irã, assim como ocorre em diversos outros países, manifestações precisam de autorização das autoridades para acontecerem
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Hoje, a chefe da Corte Revolucionária da província de Teerã, Moussa Ghazanfarabad, afirmou que algumas das pessoas detidas podem ser acusadas de “Muharebeh” (palavra que designa a 'guerra contra Deus'), um crime que prevê a pena de morte como punição.
As manifestações começaram no dia 28 de dezembro na cidade de Mashhad contra a inflação e a falta de empregos na região. No entanto, elas se espalharam rapidamente por muitas cidades iranianas e a pauta dos atos virou uma crítica a todo o governo iraniano – do aiatolá Ali Khamenei a Rohani, passando pela regra de vestimenta islâmica para as mulheres.
Os cartazes que criticavam questões econômicas passaram a ostentar frases pedindo a morte de Khamenei, a destituição de Rohani e muitas mulheres tiraram o hijab – o lenço islâmico que cobre a cabeça – para protestar.
Além disso, confrontos com a Guarda Revolucionária ficaram frequentes bem como os ataques aos prédios e carros públicos.