Milhares de venezuelanos saíram neste sábado (28/02) às ruas de Caracas em apoio ao presidente Nicolás Maduro.
A “marcha pela soberania e contra o imperialismo” foi organizada após Maduro denunciar que nos últimos dias uma nova tentativa de golpe político-militar contra ele foi desmantelada.
Agência Efe
Apoiadores de Maduro marcham por Caracas e lembram presidente Hugo Chávez, morto em 2013
Em redes sociais como Twitter, Facebook e Instagram, venezuelanos postam fotos e relatos da manifestação sob a hashtag #28FMarchaPorLaPatria.
A passeata por Caracas também comemora os 26 anos do levante popular conhecido como “Caracazo”, que, segundo as autoridades da época, deixou 300 mortos baleados por agentes policiais e militares.
“Na realidade foram cinco mil mortos” nesse levante popular caracterizado por saques de “comida que era negada ao povo”, disse o vice-presidente do governo de Maduro, Jorge Arreaza, em discurso na praça Venezuela durante a manifestação.
Agência Efe
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, na manifestação pró-governo realizada hoje em Caracas
O presidente Nicolás Maduro se uniu à manifestação no meio da tarde e disse que 26 anos atrás também estava nas ruas de Caracas participando do “Caracazo”: “O povo unido jamais será vencido e o povo mobilizado jamais será derrotado”, declarou.
A passeata pró-governo corre paralelamente a outras manifestações organizadas pela oposição que chamam a população a assinar o “Acordo Nacional para a Transição” que, entre outras reivindicações, exige a renúncia de Maduro. O presidente classificou o texto de golpista.
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Oposição também se reúne
Também neste sábado, opositores de Maduro realizaram ato no leste de Caracas para recolher assinaturas para o “Acordo”.
Agência Efe
Ato que recolhia assinaturas para o “Acordo” reuniu algumas dezenas de opositores do governo venezuelano
A oposição “está se mobilizando ao longo e ao largo da Venezuela para assinar este projeto de transição que leva o firme propósito de mudar o rumo da política do país e mudar este governo que está causando prejuízo a todo o povo”, declarou o deputado Richard Blanco, do partido Aliança Bravo Povo (ABP), em discurso para algumas dezenas de manifestantes durante o comício na capital.
O ABP é dirigido pelo recentemente preso prefeito metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma, acusado de tentativa de golpe de Estado.
O “Acordo Nacional para a Transição” foi publicado em 11 de fevereiro no jornal “El Nacional” de Caracas, onde Blanco trabalha, e leva a assinatura de Ledezma, do também opositor preso Leopoldo López, líder do partido Vontade Popular (VP), e da ex-deputada María Corina Machado.
Corina, Ledezma e López, preso há mais de um ano acusado de incitar atos de violência política, propuseram no “Acordo Nacional para a Transição” um programa de “ações concretas para começar a reconstrução do país”.
O jornal “El Nacional” publicou em sua capa de hoje que até ontem, sexta-feira, o “Acordo” contabilizava a assinatura de cerca de 50 mil venezuelanos.
*Com Agência Efe e Telesur