Atualizada às 12h45
Poucos minutos após homenagem do partido governista CNA (Congresso Nacional Africano), o corpo do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela deixou às 11h58 locais (7h58 de Brasília) deste sábado (14/12) a base militar de Waterkloof, perto de Pretória, onde ocorreu o velório do líder nos últimos três dias.
Uma hora e meia depois, o avião com o corpo de Mandela chegou ao aeroporto de Mthatha, cidade situada a 30 quilômetros de Qunu, aldeia na qual ele cresceu e onde será enterrado amanhã. A aeronave foi recebida com gritos de júbilo por uma multidão que lhe esperava no aeroporto, onde uma guarda de honra deu as boas-vindas aos restos de Mandela.
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Uma procissão acompanhou o trajeto entre Mthatha (província do Cabo Oriental) e Qunu, onde o clã Thembu do ex-presidente realizará uma cerimônia tradicional. O caixão chegou na aldeia às 15h56 locais (11h56 de Brasília).
Agência Efe
Estradas próximas a Qunu foram cercadas por sul-africanos neste sábado, enquanto aguardavam passagem de corpo de Mandela
Dezenas de pessoas esperavam caixão do herói sul-africano em Qunu. “Vim de perto da cidade de East London, a três horas, porque quero render meu último tributo a Nelson Mandela”, disse à Agência Efe a jovem Lungelo Magengelwa, vestida com uma camiseta amarela com o rosto do ex-presidente.
Junto a ela, mulheres vestidas com trajes tradicionais xhosa – a etnia majoritária na região e à qual pertencia também Mandela – dançam e entoam canções em seu idioma em lembrança de seu morador mais ilustre.
Enquanto isso, os organizadores do funeral em Qunu distribuem bandeiras entre as pessoas que ocupam as margens da estrada N2, pela qual chegará o cortejo fúnebre.
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Dois cordões policiais em ambos lados mantêm moradores e jornalistas fora da estrada, onde passam, com frequência e a grande velocidade, veículos policiais ou de protocolo com as sirenes ligadas.
Cerca de quatro mil pessoas, entre elas 20 líderes internacionais, assistirão amanhã ao funeral do ex-presidente sul-africano.
Evento do CNA
O presidente da África do Sul, Jabob Zuma, se sentou na primeira fila da cerimônia do CNA, ladeado pela viúva de Mandela, Graça Machel, e a ex-esposa do herói sul-africano Winnie Madikizela-Mandela.
Agência Efe
Zuma em evento do CNA; foi o presidente sul-africano que anunciou morte de Mandela, no dia 5
Zuma elogiou Mandela e o classificou como “homem de ação”. “Muitas coisas foram ditas sobre Madiba, porque ele fez muitas coisas. Ele se distinguiu muitas vezes, de muitas maneiras. Ele misturou duas coisas que não são fáceis de serem combinadas: a teoria e a prática. E o fez em muitas ocasiões”, disse o chefe de Estado.
O ex-presidente sul-africano Thabo Mbeki e o vice-presidente do CNA, Cyril Ramaphosa, assim como ministros e outros membros do partido governante estiveram na base militar para despedir-se de Mandela.
Os membros do CNA, muitos vestidos com as cores do partido, cantaram e dançaram no hangar antes da cerimônia de entrega do caixão.
O caixão de Mandela esteve exposto, de quarta-feira a sexta-feira, na sede do governo da África do Sul em Pretoria, por onde passaram 100 mil pessoas para dar-lhe seu último adeus.
Nelson Mandela morreu no último dia 5 de dezembro aos 95 anos rodeado de sua família em sua casa de Johanesburgo, após uma longa convalescença por problemas respiratórios.