Depois a divulgação de um estudo que revela que 57% dos alemães se sentem ameaçados pelo islamismo, a chanceler Angela Merkel declarou nesta quinta-feira (08/01) que a Alemanha possui boas relações com “a imensa maioria dos muçulmanos”.
Efe
Durante viagem à Ucrânia, Merkel escreveu nesta quinta condolências às vítimas do tiroteio na capital francesa que aconteceu ontem
Embora a líder alemã admita que existem “casos isolados de conexões com jihadismo”, ela assegura que seu governo faz e fará tudo o que estiver em suas mãos para proteger todos os cidadãos na Alemanha, “sejam judeus, cristãos, muçulmanos ou pessoas que não tenham nenhuma religião”.
Realizada Fundação Bertelsmann, a enquete mostra ainda que o islamismo não se encaixa no mundo ocidental para 61% dos entrevistados. No entanto, a pesquisa foi feita em novembro de 2014, isto é, muito antes do tiroteio à revista satírica Charlie Hebdo, que resultou na morte de pelo menos 12 pessoas na quarta (07/01).
Ainda hoje, o ministro de Justiça alemão, Heiko Maas, classificou como “repugnante” a existência de movimentos islamofóbicos ou partidos políticos que tentam “instrumentalizar” o ataque em Paris, ressaltando a necessidade de se distinguir com clareza entre terrorismo e Islã.
“Wir sind #CharlieHebdo!” – VIDEO zur heutigen Gedenkveranstaltung im Ausw. Amt mit AM #Steinmeier: http://t.co/VjedCKa7KC #MinuteDeSilence
— Auswärtiges Amt (@AuswaertigesAmt) 8 janeiro 2015
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Recentemente, o país teve um aumento marcante de ataques contra estrangeiros, sobretudo islâmicos, acompanhados também do crescimento de grupos xenófobos e de extrema-direita, como o Pegida (“Patriotas Europeus contra a Islamização do Ocidente”).
Nos últimos meses, o Pegida já organizou mais de 10 manifestações islabofóbicas em diversas cidades ao redor da Alemanha. A mais recente, no início desta semana, bateu o recorde de participação, com mais de 18 mil pessoas na cidade de Dresden, ao leste do país.
Em resposta, dezenas de personalidades alemãs – incluindo ministros, atores e jogadores de futebol – lançaram um manifesto em repúdio aos protestos do movimento de raiz xenófoba. “Alemanha necessita de imigrantes e deve ter coração para acolher os refugiados em situação de necessidade”, declarou o ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble. “Pegida prejudica não só nosso país, mas também passa uma imagem ruim da Alemanha no exterior”, criticou o ministério das Relações Exteriores alemão via Twitter.
A Alemanha tem aproximadamente 4 milhões de muçulmanos, dentro de uma população de mais de 80 milhões de pessoas.