Centenas de estudantes pró-eleições livres em Hong Kong forçaram o fechamento temporário da sede do governo e do Legislativo na ilha asiática nesta segunda-feira (01/12) após confronto com a polícia. Em uma das madrugadas mais violentas em 65 dias de tensão, mais de 40 jovens foram presos e dezenas ficaram feridos.
Efe
Polícia usa cassetetes, gases e jatos para afastar jovens em uma das mais graves demonstrações de força
Para o chefe do governo local, C. Y. Leung, a polícia andava “bastante tolerante”, mas que “a paciência se esgotou”. O embate aconteceu nesta manhã, quando ativistas cercaram o Admiralty Centre, uma das principais vias da ilha, que abriga diversos escritórios e lojas. A instituição fez uso de cassetetes, gás pimenta e jatos d'água contra os manifestantes.
“Algumas pessoas confundiram a tolerância da polícia com fraqueza”, disse Leung à Reuters. “Eu peço aos estudantes que planejem retornar para os locais de ocupação nesta noite que não o façam”, acrescentou.
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Início dos protestos
Em 28 de setembro, milhares de pessoas tomaram as ruas de Hong Kong no movimento inicialmente chamado de Occupy Central, com o intuito de reivindicar sufrágio universal na ex-colônia britânica. Eles também pedem a renúncia de Leung, por considerá-lo “aliado de Pequim”.
Os manifestantes começaram a se organizar após o anúncio de que será criado um comitê com membros apontados por Pequim para escolher os candidatos ao governo de Hong Kong nas eleições de 2017. Além disso, a comissão manterá controle sobre os candidatos, oferecendo a possibilidade de apenas dois ou três presidenciáveis para o pleito. Os manifestantes defendem um sistema de votação livre.
As medidas quebram o acordo feito em 1997, quando a região deixou de ser colônia britânica e passou a ser controlada pelo governo chinês. O acordo previa que a cidade teria eleições abertas e sufrágio universal em 20 anos.
Carlos Latuff/ Opera Mundi