O papa Francisco canonizou neste domingo duas freiras palestinas em cerimônia no Vaticano com a presença do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas.
A irmã carmelita Santa Maria de Jesus Crucificado, cujo nome original era Mariam Bawardi (1846-1878), e Santa Maria Alfonsina (1843-1927), Maria Alfonsina Ghattas, se tornaram as primeiras santas árabe-palestinas da Igreja Católica.
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Agência Efe
Palestinos assistem à cerimônia na Praça São Pedro, na Cidade do Vaticano, nesta manhã
As canonizações foram interpretadas pela mídia internacional como um símbolo de encorajamento à população cristã no Oriente Médio, que tem sido alvo de perseguição por parte de extremistas islâmicos.
“Inspirados por estes exemplos de misericórdia, caridade e reconciliação, que os cristãos desta região olhem com coragem para o futuro, seguindo o caminho de solidariedade e coexistência fraterna”, declarou o papa durante a cerimônia.
Agência Efe
Papa Francisco cumprimenta Mahmoud Abbas, presidente palestino, durante cerimônia de canonização realizada nesta manhã
O evento também foi visto como mais um aceno do pontífice em direção à solução de dois Estados para o conflito palestino-israelense.
Francisco recebeu Abbas no sábado (16/05), em encontro que durou 20 minutos e foi descrito como “cordial” pelo Vaticano. Na ocasião, o papa reiterou seu desejo da retomada de negociações entre Palestina e Israel e enfatizou a importância do diálogo inter-religioso.
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Na última quarta-feira (13/04) o Vaticano anunciou que vai, em novo tratado, defender a solução de dois Estados para a resolução do conflito com Israel. O texto com a decisão, que ainda será assinado, pretende ajudar no reconhecimento de uma Palestina “independente”.
Israel está “desapontado” pela decisão do Vaticano, como afirmou o Ministério das Relações Exteriores. Para o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o acordo com os palestinos “não contribui para levar a Palestina para a mesa de negociações” pela paz.
A canonização das freiras palestinas marcou o fim da visita de três dias de Abbas à Itália, onde se reuniu também com o primeiro-ministro, Matteo Renzi, e com o presidente, Sergio Mattarella.
*Com Agência Efe e The Guardian