O Comitê Executivo da OLP (Organização para a Libertação da Palestina) decidiu neste sábado (2/9) suspender as conversas de paz diretas com Israel até que esse país pare totalmente com as construções nas colônias judias. A decisão foi tomada após uma reunião entre o comitê e o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, que encontrou-se com os principais órgãos do partido que lidera, Fatah e da OLP para discutir sobre o futuro do diálogo com Israel.
“Não haverá negociações sem a completa cessação da construção nos assentamentos”, assegurou o porta-voz da Presidência palestina, Nabil Abu Rudeina, aos meios de imprensa em Ramala.
“Acordamos na reunião manter os contatos com a parte (norte) americana e apresentaremos nossa posição ao comitê de acompanhamento da Liga Árabe na próxima semana”, disse o porta-voz presidencial.
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A decisão do principal órgão decisório da OLP, segundo explicou Rudeina, se deve à “rígida posição israelense de continuar a construção nos assentamentos. Por isso, decidimos não seguir com as negociações até que haja uma completa parada nas construções nas colônias”.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse ontem que os palestinos são os responsáveis pela atual estagnação nas conversas e que o reatamento da edificação nas colônias da Cisjordânia não afetará ao processo de paz.
Por sua vez, o responsável para os meios do Comitê Central do Fatah, Mohammed Dahlan, manifestou que “a liderança palestina põe toda a responsabilidade sobre o fracasso das negociações em Netanyahu”.
Mediação norte-americana
Os Estados Unidos convenceram israelenses e palestinos a retomarem as negociações diretas de paz, que começaram no início de setembro em Washington, pondo fim a quase dois anos de detenção brusca.
Até o momento, no entanto, os esforços da administração norte-americana fracassaram em alcançar uma solução de compromisso que permitisse aos palestinos continuar negociando enquanto Israel retoma a construção na Cisjordânia, ao expirar em 26 de setembro a moratória das obras nos assentamentos nesse território.
O enviado especial da Casa Branca para o Oriente Médio, George Mitchell, deixou Israel e os territórios palestinos na sexta-feira (1/9) sem ter alcançado uma solução que permita sair deste primeiro obstáculo que representa a recusa israelense de prolongar por mais alguns meses a moratória a fim de dar uma oportunidade ao processo.
Na sexta-feira, o primeiro-ministro israelense disse que os palestinos são os responsáveis pela atual estagnação nas conversas e afirmou que o reatamento da construção nas colônias da Cisjordânia não afetará o processo de paz.
“Durante 17 anos (os palestinos) negociaram com o governo israelense enquanto havia construção em assentamentos, incluído o último ano do anterior governo”, manifestou o chefe do Executivo israelense em reunião com assessores.
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