Quinta-feira, 15 de maio de 2025
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O chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou nesta sexta-feira (21/01) que Moscou nunca ameaçou o povo ucraniano e repetiu que o Kremlin não tem intenções de atacar a Ucrânia.

As declarações ocorreram momentos depois de uma reunião entre Lavrov e o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em Genebra, em meio a uma escalada de tensão entre os membros da Otan, que acusam Moscou de preparar uma invasão ao território ucraniano, e o Kremlin, que nega as operações e denuncia uma tentativa de expansão da aliança militar para o Leste da Europa.

“Vocês afirmam que nós temos a intenção de atacar a Ucrânia, por mais que nós já tenhamos explicado que isso não é verdade”, disse Lavrov. O ministro das Relações Exteriores russo disse que gostaria de destacar “mais uma vez, para quem analisa a nossa postura, que a Rússia nunca ameaçou, em nenhum lugar, nem uma só vez o povo ucraniano”.

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Lavrov ainda pediu que Washington não incentive ações ostensivas do governo ucraniano e confirmou que Blinken prometeu dar na semana que vem respostas escritas às propostas de Moscou a respeito das garantias de segurança na Europa.

“Nós tivemos uma reunião intermediária. Antony Blinken me disse que está satisfeito com a troca de opiniões que tivemos, que vão lhes ajudar na próxima semana […] a nos fornecer sua resposta escrita”, afirmou.

O ministro russo classificou a reunião com o secretário dos EUA como “útil e franca”, mas afirmou que Blinken não apresentou “nenhum argumento que fundamentasse a posição americana a respeito do que está acontecendo na fronteira russo-ucraniana”.

Chanceler russo e secretário de Estado norte-americano se reuniram em Genebra; Moscou disse esperar resposta dos EUA até semana que vem

U.S. Department of State

Chanceler russo e secretário de Estado norte-americano se reuniram em Genebra

Após as negociações, o funcionário norte-americano, por sua vez, reiterou, apesar de Moscou ter negado a intenção de invadir o país vizinho, que “se alguma força militar russa atravessar a fronteira da Ucrânia, vai ser recebida com uma resposta rápida, severa e unida dos EUA e seus aliados”.

Blinken destacou ainda a necessidade de levar adiante “esse trabalho de desenvolver entendimentos e acordos conjuntos que garantam nossa segurança mútua”.

“Eu disse a Lavrov que, após as consultas que teremos nos próximos dias com aliados e parceiros, prevemos que poderemos compartilhar com a Rússia nossas preocupações e ideias com mais detalhes e por escrito na próxima semana e concordamos em discutir depois disso”, afirmou.  

Kremlin diz que Washington acirra tensão

O governo russo afirmou nesta quinta-feira que a fala do presidente dos EUA, Joe Biden, sobre possíveis consequências para a Rússia no caso de uma invasão ao território ucraniano “podem facilitar a desestabilização de toda a situação”.

“Todas essas declarações poderiam infundir esperanças completamente erradas nas cabeças quentes de alguns representantes da Ucrânia, da liderança da Ucrânia que, na surdina, poderia decidir dar início a uma nova guerra civil no próprio país e buscar resolver com a força a questão do sudeste [Donbass]”, pontuou ainda.

O porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, ressaltou que não está descartada uma nova reunião entre Putin e Biden, mas “que isso não vai acontecer” em breve .

Por sua vez, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Moscou, Maria Zakharova, pediu que o “ocidente” pare de “apoiar a militarização da Ucrânia e querer jogá-la na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan)”.

Para ela, Moscou não espera uma solução imediata para a crise ucraniana e que o encontro desta sexta entre Blinken e Lavrov servirá para “dar novos passos” em direção a um acordo sobre o tema. “As partes devem examinar os resultados das reuniões da última semana […] e decidirem possíveis passos futuros, incluindo a rápida resposta escrita dos EUA”, acrescentou.

O Kremlin nega as acusações de uma possível invasão contra o território ucraniano e denuncia o expansionismo da Otan, que já engloba diversos países próximos ao Mar Báltico, e hoje mira a adesão de Ucrânia e Geórgia. 

*Com Sputnik