Terça-feira, 17 de junho de 2025
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Em protesto contra a decisão sueca de reconhecer oficialmente o Estado da Palestina, o governo de Israel convocou para consultas nesta quinta-feira (30/10) o embaixador em Estocolmo.

Segundo fontes no Ministério das Relações Exteriores, o chefe da pasta, Avigdor Lieberman, também está avaliando a possibilidade de retirar de forma permanente o diplomata Isaac Bachman. Caso seja posta em prática, a medida representaria uma diminuição significativa no grau das relações com o país escandinavo.

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Agência Efe

Em Jerusalém, policiais israelenses tiram 'selfie' com mesquita Al Aqsa ao fundo; acesso a local sagrado para islã foi bloqueado hoje

“É infeliz que o governo sueco tenha escolhido adotar medidas que podem causar muito prejuízo e não trazem benefícios. A Suécia deve entender que as relações no Oriente Médio são muito mais complexas que um pacote de móveis da Ikea, e faria bem em atuar com sensibilidade e responsabilidade”, afirmou em comunicado Lieberman, expoente da extrema-direita da política israelense.

Bloqueio em Jerusalém

Também hoje, o governo de Israel decidiu reabrir a Esplanada das Mesquitas, importante local sagrado para os muçulmanos em Jerusalém, após reações da comunidade palestina contra as restrições de circulação impostas.

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Pela primeira vez desde o ano 2000, Israel havia bloquado o acesso à região da mesquita de Al Aqsa em função de protestos que poderiam acontecer no local, afirmando que apenas mulheres e crianças, além de homens com mais de 50 anos, poderiam frequentar o local na sexta. A instabilidade teve início hoje pela manhã após a polícia de Israel ter confirmado a morte de um palestino suspeito de tentar assassinar um ativista judeu de ultra-direita.

Em quinta-feira turbulenta na região, governo israelense também decidiu, após reação palestina, reabrir local sagrado para muçulmanos em Jerusalém

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O palestino morto pela polícia estava sendo perseguido por suposto envolvimento na tentativa de assissinato do rabino Yehuda Glick, destacado ativista ultranacionalista — após ter sido gravemente ferido na noite de ontem, seu estado de saúde é sério, porém estável.

A operação policial para procurar o suspeito do ato foi deflagrada pela polícia local “em vários bairros da cidade” e se encerrou com a morte do palestino, cuja família o identificou como sendo o ex-prisioneiro Muataz Hijazi, de 32 anos.

Agência Efe

Polícia israelense bloqueia acesso a Esplanada das Mesquitas, local em Jerusalém sagrado para as religiões judaica e muçulmana

Hijazi havi sido detido em 2002 por infrações cometidas durante a Segunda Intifada, levante palestino contra a ocupação israelense. Foi libertado em 2012. Após sua morte, o grupo Jihad Islâmica divulgou um obituário alegando que Hijazi era membro da organização — que não assumiu responsabilidade pelo fracassado atentado.

O alvo do ataque era o rabino Yehuda Glick, conhecido ativista que milita pela permissão de orações na Esplanada das Mesquitas (também chamada de Monte do Templo), na Cidade Velha, local sagrado tanto para o judaísmo, quanto para o islamismo. Atualmente, pessoas não muçulmanas têm permissão para vistar a área, mas, para evitar tensões, judeus não estão autorizados a rezar no local.

Palestinos afirmam que os planos defendidos por Glick — que representam o temor dos muçulmanos quanto a uma eventual mudança no status quo da Esplanada das Mesquitas — preveem a destruição do templo islâmico de Al Aqsa para a construção de um novo monumento judeu na área.

A tentativa de assassinato ocorre após meses de restrições aos fiéis muçulmanos que se dirigiam ao local para rezar, além de um projeto em tramitação no Knesset (Parlamento israelense), que votará a divisão do local em áreas separadas de culto para muçulmanos e judeus.

Reações

O secretário-geral do Fatah, Adnan Ghaith, classificou à agência Ma'an como “ato terrorista” o fato de Israel ter executado o suspeito sem chance de defesa e sem oferecer provas concretas do envolviemnto de Hijazi no atentado.

O presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, chamou de “declaração de guerra” a palestinos e muçulmanos a interdição por parte de Israel do local sagrado.