A presidente chilena, Michelle Bachelet desaprovou hoje (24) a recomendação do Ministério da Saúde brasileiro para que as pessoas evitassem viajar ao Chile e à Argentina como medida de prevenção da gripe A (H1N1), popularmente conhecida como gripe suína.
A crítica foi feita durante discurso na Organização Pan-americana da Saúde, em Washington.
Homem usa máscara em Buenos Aires – Cézaro de Luca/EFE
“No Brasil está sendo dito às pessoas que não viajem ao Chile e à Argentina por causa da gripe. Parece que esse tipo de resposta, explicada pelo susto, pelo medo, não é a resposta que nós, que trabalhamos com saúde, consideramos necessárias para enfrentar uma epidemia dessa natureza”, disse a presidente, que é pediatra com especialização em saúde pública e já foi ministra da Saúde.
Ontem, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão recomendou que as pessoas adiassem as viagens para o Chile e para a Argentina. Pela manhã, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo já havia emitido uma nota sugerindo que os paulistas evitassem ir aos países vizinhas onde há casos de gripe suína.
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Bachelet disse também que para enfrentar a situação “a única solução é a cooperação, trabalhar em conjunto e não fechar as portas ao movimento e à entrada das pessoas aos países”.
A reação da Argentina foi diferente: a ministra da Saúde, Graciela Ocaña, considerou razoável que a recomendação do governo brasileiro. Ela afirmou também que a medida “não incomodou” autoridades argentinas. “É uma recomendação de saúde como a que nós fizemos, para que as pessoas evitem viajar a zonas de risco, como Estados Unidos, Canadá e México”, disse hoje em entrevista ao canal de televisão Todo Noticias.
Hoje a Argentina registrou a primeira morte causada pela doença no interior do país. Um homem de 36 anos morreu na província de Misiones, que faz fronteira com o Brasil e com o Paraguai. Das outras 17 vítimas argentinas, quatro eram da capital e 13 na província de Buenos Aires.
A Argentina e o Chile são os países da América do Sul com mais casos confirmados da nova gripe. Na Argentina, há 1.294 casos confirmados e 967 suspeitos, no Chile há 5.186 casos com sete mortes. O Brasil tem 334 casos e 218 suspeitos, nenhuma vítima fatal.
Segundo o último balanço da OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgado hoje, o vírus infectou 55.867 pessoas em 109 países e territórios e matou 238 pessoas desde o final de abril.
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