Um juiz federal da Argentina convocou nesta segunda-feira (12/09) a ex-presidente do país Cristina Kirchner para depor sobre supostas irregularidades nas concessões de obras públicas durante seu governo.
Julián Ercolini determinou que a ex-presidente (2007-2015) se apresente no próximo dia 20 de outubro pelo suposto direcionamento de dinheiro de obras públicas viárias ao grupo Austral, propriedade do empresário Lázaro Báez, que também foi convocado.
Ministério da Cultura da Argentina/FlickrCC
Cristina foi chamada para depor sobre supostas irregularidades com concessões públicas
Outros 34 políticos e empresários foram chamados para prestar depoimento, entre eles o ex-ministro de Planejamento Julio de Vido, o ex-secretário de Obras Públicas José López, o ex-subsecretário de Coordenação de Obra Pública Carlos Santiago Kirchner e o ex-subsecretário de Obras Públicas Abel Fatala.
O juiz ditou como medida cautelar o bloqueio geral de bens de 17 dos convocados a depor, entre eles Cristina.
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Os procuradores Gerardo Pollicita e Ignacio Mahiques acusam os indiciados de terem integrado, entre 2003 e 2015 — envolvendo também, portanto, o governo de Néstor Kirchner —, uma “organização criminosa” idealizada para “enriquecer ilegalmente” Báez com dinheiro público em “consequente e grave detrimento” das receitas da União.
“Também argumentaram que existiam elementos demonstrativos de sistemáticas irregularidades em diferentes processos licitatórios para várias dezenas de execuções viárias”, disse Ercolini sobre o processo aberto pelos procuradores, afirmando que todos os casos teriam beneficiado Báez através de diferentes formatos societários.
Cristina ainda não se pronunciou sobre a convocatória de Ercolini. No entanto, ela já havia dito a seu advogado, Alberto Beraldi, que se apresentaria para depor todas as vezes em que fosse convocada sem pedir nenhum adiamento.
O caso envolvendo concessões ilegais começou em 2008 por meio de uma denúncia formulada pela atual deputada governista Elisa Carrió, junto com outros opositores de Cristina.
Báez permanece detido desde abril por outro caso, conhecido como “Rota do dinheiro K”, por suposta lavagem de dinheiro. Seu nome aparece também em outras causas nas quais são investigados supostos manejos irregulares em sociedades de Cristina e seu entorno familiar.
Por sua vez, a ex-presidente também já havia sido indiciada pelo crime de “fraude contra administração pública” por supostas irregularidades na venda de contratos futuros de dólar no Banco Central no fim de seu mandato.
*com Agência Efe