A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, chegou nesta sexta-feira (9/4) a Washington, onde se reuniu com cerca de 300 empresários norte-americanos e expôs os benefícios com reabertura das negociações da troca da dívida pública, defendendo o uso de reservas do Banco Central argentino para pagar a dívida.
“Estamos novamente diante de uma oportunidade histórica com essa segunda troca se aproximando”, disse a presidente que se comprometeu a apresentar, por meio do ministério da economia, uma nova oferta de negociação para a Argentina finalmente sair da condição de devedora.
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Cristina defendeu o uso das reservas do Banco Central para pagar os compromissos internacionais, dizendo que esta medida, proposta também pelo FMI, “não é entendida pela oposição”, mas resulta em “um uso inteligente das reservas” e um recurso para aliviar a dívida.
A Argentina encontra-se em situação econômica crítica desde 2001 quando o país passou por uma importante crise após sucessivos anos de hiperinflação. Desde então, presidentes eleitos propõem para credores internacionais propostas de negociação da dívida, que foi paga parcialmente em 2005, mas ainda não está zerada.
“Depois do Big Bang de 2001, transformamos a Argentina”, disse a presidente. Ela garantiu que, depois da China, o país foi o que sofreu mais intervenções do Estado para sair da crise econômica mundial.
Na tentativa de convencer os empresários, Cristina disse que a nova proposta de negociação da dívida é uma oportunidade única não apenas para o país, mas também para os investidores. “A Argentina é um ótimo local para negócios”, disse.
De acordo com o jornal argentino La Nación, os norte-americanos, por sua vez, pediram à presidente para “resolver os problemas” na relação bilateral entre os países para “criar um bom ambiente para os negócios” e, assim, favorecer potenciais investidores.
A presidente fez questão de ratificar que a Argentina “compartilha dos mesmos valores [que os EUA] em relação à democracia, ao terrorismo internacional e ao tráfico de drogas”, e usou palavras do presidente do Chile, Sebastián Piñera, que esteve na Argentina ontem, para finalizar seu discurso.
Para ela, a frase do colega ao jornal argentino Clarín – em que afirmou que “apenas os mortos e os santos não têm conflitos” – é uma boa síntese de como a Argentina deve encarar os desafios que terá adiante na relação com outros países.
A presidente ficará nos EUA por cinco dias, onde vai se reunir com outras autoridades norte-americanas e participar da Cúpula sobre a Segurança Nuclear, convocada por Barack Obama, motivo oficial de sua viagem ao país.
Chile
Um dia antes de chegar aos EUA, Cristina Kirchner recebeu Piñera, com quem se comprometeu a reforçar as relações bilaterais a despeito das diferenças políticas.
O presidente do Chile aproveitou a visita, sua primeira desde que assumiu, para convidar empresários argentinos a investir no Chile, que, como destacou, “tem tratados de livre-comércio com 58 países” e, portanto, é um bom mercado de negócios.
Cristina “ofereceu a mais ampla colaboração e disposição” de seu governo para o processo de reconstrução do país e se comprometeu a trabalhar para dar ‘passos adiante’ nas relações bilaterais.
“Tenho certeza de que avançaremos em uma integração econômica, cultural, científica, tecnológica e física”, disse o presidente chileno.
Piñera assinou junto com a presidente argentina uma declaração conjunta para ratificar “a força da relação estratégica” bilateral e a continuidade do tratado de Maipú de integração e cooperação, assinado pelos dois países em 30 de outubro.
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