O presidente da Síria, Bashar al-Assad, afirmou nesta terça-feira (10/01) que existe uma conspiração externa para desestabilizar e assustar seu país e que não houve ordens do governo para atirar contra cidadãos. Além disso, Assad anunciou um referendo para ratificar a nova Carta Magna, provavelmente em março.
Falando na Universidade de Damasco, o líder sírio criticou a Liga Árabe e acusou os meios de comunicação regionais e internacionais de “tentar incessantemente que a Síria caia”. Segundo ele, tentaram atingi-lo “falsificando minha entrevista ao canal norte-americano ABC“. No início de dezembro, o regime acusou a emissora de ter alterado “deliberadamente” as declarações de Assad na exibição de uma entrevista, para apresentar o país sob um ângulo negativo.
A Síria tem sido palco frequente de protestos desde março. As manifestações têm sido reprimidas com violência e a ONU (Organização das Nações Unidas) disse que mais de cinco mil pessoas morreram. “Nenhuma ordem foi dada da parte de nenhuma autoridade para abrir fogo” sobre os manifestantes, disse Assad. “Governo com a vontade do povo e se renuncio ao poder será com a vontade do povo”, acrescentou.
O presidente sírio defendeu ainda que o restabelecimento da segurança no país é prioritário. “Hoje, a prioridade absoluta é recuperar a segurança e isso só será possível usando mão de ferro contra os criminosos e terroristas. Não podemos tolerar os que aterrorizam as pessoas, nem os que são cúmplices com os estrangeiros”, afirmou.
Para Assad, a internferência externa é um desrespeito à soberania síria. “Países árabes estão pedindo reformas democráticas na Síria como um médico que, com um cigarro na boca, pede ao seu paciente que pare de fumar”, disse, deixando claro que as nações vizinhas sempre foram contrárias à Síria. Ele também citou a possiblidade de a Síria ser desligada da Liga Árabe. “Quem perderia mais, a Síria ou a Liga?”, provocou.
Enquanto cada trecho do discurso de Assad – mostrado ao vivo pela TV síria – era aplaudido pelos presentes no auditório da Universidade de Damasco, imagens da rede de TV do Catar Al Jazeera mostravam protestos contra o regime sírio na cidade de Daraa.
NULL
NULL
NULL