Pelo menos quatro pessoas morreram e dezenas ficaram feridas nesta quinta-feira (17/04) durante um ataque contra um acampamento da ONU (Organização das Nações Unidas) na cidade de Bor, ao leste do Sudão do Sul, segundo o porta-voz do Exército, Malak Ayuien. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, condenou a empreitada contra civis e membros da força de paz que se encontravam na base no momento do incidente.
NMISS/Mihad Abdalla
Escola improvisada no campo da UNMISS em Bor, Estado de Jonglei, ao leste do Sudão do Sul
“Este ataque a um local onde civis estão sendo protegidos pelas Nações Unidas é grave”, disse Ban Ki-moon, acrescentando que tal investida contra as forças de paz da ONU é “inaceitável e constitui um crime de guerra”. Em comunicado, o secretário-geral também expressa condolências às famílias das vítimas e exige que as autoridades do país africano tomem medidas imediatas para garantir a segurança da missão.
Em nota oficial, a UNMISS (missão da ONU no Sudão do Sul) disse que os agressores se fizeram passar por manifestantes pró-governo e abriram fogo contra os 5 mil refugiados que vivem na base das Nações Unidas. Segundo o porta-voz do Exército, os agressores acreditam que a organização humanitária ofereça refúgio aos seguidores do líder opositor Riak Machar. A ONU, por sua vez, reiterou sua imparcialidade no conflito e expressou preocupação pelos novos combates na cidade.
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À Agência Efe, testemunhas explicaram que o ataque aconteceu depois que os refugiados comemoraram as recentes vitórias da oposição em um estado ao norte do país. William Augustino, um médico da base, também disse que um grupo de homens armados da tribo Dinka abriu fogo contra a base, onde se refugiam milhares de cidadãos da tribo Lou Nuer.
O presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, pertence à tribo dos Dinka, enquanto Machar — seu rival, líder opositor e ex-vice-presidente — é membro dos Lou Nuer. O presidente acusa Machar de tentar dar um golpe de Estado. Milhares de pessoas já morreram desde que eclodiu o conflito entre governo e oposição no país, em dezembro de 2013.