Colégios eleitorais no Iraque foram alvo neste sábado (20/04) de ataques durante a realização do pleito que decide os conselhos provinciais. São as primeiras eleições desse tipo desde que os EUA saíram do país em 2011.
Efe
Eleições locais no Iraque foram as primeiras desde a saída dos EUA em 2011
Dois explosivos estavam próximos a um colégio na cidade de Al Mesayeb, com um civil ferido. Perto da cidade de Latifiya, ao sul da capital, quatro pessoas se machucaram após serem atingidas por tiros de morteiros. Quatro outras cidades teriam sido atingidas sem mais feridos.
As medidas de segurança foram extremas durante todo o dia nos arredores dos locais de votação, que foram cercados pelo Exército e pela Polícia, munidos de armas e apoiados por veículos militares. Antes de entrar nos locais de votação, as pessoas são revistadas de forma exaustiva, inclusive.
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Cerca de 14 milhões de iraquianos foram convocados a votar para 378 cargos locais e renovar os conselhos de 12 das 18 províncias do país. Os resultados não afetarão diretamente o governo nacional, mas serão um importante indicador para os blocos politicos que seguirão para as eleições parlamentares de 2014 e para o presidente xiita Nuri Al Maliki. Segundo a Agência Efe, dos 8.302 candidatos, 2.205 são mulheres.
As autoridades decretaram ontem à noite a proibição de circular para todo tipo de veículos desde as 06h até as 18h (0h às 12h, no horário de Brasília). As forças iraquianas de segurança operaram pela primeira vez independente de grupos internacionais na segurança em dias eleitorais desde que o ex-presidente Saddam Hussein foi derrubado.
Um dos maiores desafios atuais na segurança é controlar forças aliadas ao grupo sunita Al Qaeda, que procuram diminuir o apoio ao governo xiita. Seis das 18 províncias, todas majoritariamente sunitas ou curdas, não participaram da votação depois que desacordos politicos terem impedido quatro delas de estabelecer eleições e que autoridades em duas outras afirmaram não ser possível garantir a segurança.
Membros da polícia e do Exércio iraquianos votaram na semana passada, dos quais 72% compareceram às urnas. Em entrevista coletiva em Bagdá ao término do votação, o presidente da Comissão Eleitoral, Serbet Rasul Mustafa, informou que a porcentagem de participação chegou a 50%, mas somado os votos de sábado passado pelos membros da força de segurança, chega a 55%.
Segundo dados da Comissão, a maior participação foi registrada na província de Salah ad-Din, de maioria sunita e ao norte de Bagdá, onde votaram 61% das pessoas com esse direito, enquanto a menor foi na capital, com 42%. Os resultados parciais serão conhecidos em cinco dias, enquanto os definitivos no final deste mês.
Apesar das autoridades dizerem que a jornada ocorreu sem incidentes, o líder da opositora coalizão Al Iraqiya, Ayad al Allawi, se mostrou preocupado perante uma possível falsificação dos resultados mediante uma manipulação de votos. Allawi também acusou as autoridades de deter vários eleitores em zonas do norte da província de Babel, ao sul de Bagdá, e de impedir que alguns moradores de Al Yusifiya e de Al Latifiya exercessem o direito ao voto.
* Com informações de Efe e Al Jazeera