Com 98% das urnas apuradas, o ultranacionalista Norbert Hofer e o ambientalista Alexander Van der Bellen ficaram empatados no segundo turno das eleições presidenciais deste domingo (22/05) na Áustria, segundo as projeções da emissora pública ORF. O resultado final será conhecido apenas na segunda-feira (23/05), após serem apurados os quase 900 mil votos enviados por correio.
Segundo os cálculos da ORF, que têm margem de erro de 0,7%, Hofer e Van der Bellen teriam obtido 50% dos votos cada, mas outras projeções iniciais mostram uma pequena vantagem por parte de Hofer, candidato pelo partido da Liberdade. No primeiro turno, entretanto, realizado no dia 24 de abril, os votos por correio haviam favorecido o candidato ambientalista, ex-presidente do partido Verde, que se lançou como independente.
Agência Efe
Candidatos à presidência austríaca empatam em segundo turno
Ambos os candidatos se mostraram surpresos pelo empate técnico e, ao mesmo tempo otimistas, de serem os vencedores do pleito.
Hofer disse que, independentemente do resultado, o novo presidente terá a missão de unir um país dividido. “Ainda tenho confiança”, contou o candidato ultradireitista à ORF, garantindo nunca ter vivido “uma noite eleitoral assim”.
Já Van der Bellen afirmou estar “cautelosamente otimista”. Para seu diretor de campanha, Lothar Lockl, “ainda há chances”, disse em entrevista à emissora.
NULL
NULL
Em caso de vitória de Hofer, ele se tornará o primeiro chefe de Estado da direita radical populista em um país da União Europeia. Sua campanha eleitoral girou ao redor do lema “os austríacos primeiro”, com foco na defesa dos valores do país frente ao que alega serem imposições do bloco e a “ameaça dos imigrantes”.
Van der Bellen, por sua vez, defendeu uma maior união entre os países do bloco, a proteção e auxílio a refugiados e criticou a Parceria Transpacífico.
Agência Efe
À esquerda, o ambientalista Van der Bellen; à direita, o ultranacionalista Hofer
A disputa entre um ambientalista e um ultranacionalista indica um descontentamento por parte da população para com os partidos de centro, que vêm governando a Áustria por meio de coalizões com outras legendas.
Os maus resultados durante o primeiro turno para os candidatos de centro-esquerda, do partido Social Democrata — ao qual pertence o atual presidente, Heinz Fischer —, e de centro-direita, do partido do Povo, provocaram a renúncia do chanceler social democrata Werner Faymann, substituído por Christian Kern, da mesma legenda.
Os presidentes da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu, Jean-Claude Juncker e Martin Schulz, respectivamente, expressaram preocupação diante de uma possível vitória de Hofer, que já ameaçou dissolver o Parlamento austríaco e nomear um chanceler de seu próprio partido caso fosse eleito.