“Há uma luz no fim do túnel. Vamos todos acabar com a Aids até 2030”. A convocatória, feita pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, foi dirigida aos líderes mundiais em razão do Dia Mundial de Luta contra a Aids, comemorado nesta segunda-feira (01/12).
Agência Efe
Ban ressaltou a necessidade de atuar entre os grupos mais vulneráveis, como crianças e mulheres
Ban disse estar “satisfeito e orgulhoso” pelo que considerou ser o “caminho certo” e um “tremendo progresso” na luta contra a doença, cujo legado já é visível, comparado ao do vírus ebola na África Ocidental.
Existem 35 milhões de pessoas vivendo com o HIV (vírus da imunodeficiência humana, na sigla em inglês) e cerca de 19 milhões delas não sabem que contraíram a doença.
O diplomata sul-coreano confirmou que 14 milhões de pessoas já recebem tratamento contra o HIV, que as infecções reduziram 38% desde 2001 e que foram prevenidas 1,16 milhão de infecções em recém-nascidos graças ao uso de antirretrovirais.
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Homenagem realizada em Melbourne aos especialistas em Aids que morreram com queda do Boeing da Malaysia Airlines em julho
Ban assegurou, além disso, que esse progresso “está ganhando força” e deve permitir, entre outras coisas, eliminar totalmente a transmissão de mães para filhos nos próximos anos.
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Ele acrescentou ainda que os sistemas médicos por si só não são suficientes para garantir “cuidados de saúde robustos” e ressaltou que “existem lacunas importantes na nossa resposta a grupos-chave. Duas em cada três crianças necessitam de tratamento e não dispõem dele. As mulheres jovens são particularmente vulneráveis em muitos países com prevalência alta de HIV. A epidemia da Aids está aumentando no Leste da Europa, na Ásia Central e no Oriente Médio, alimentada pelo estigma, a discriminação e as leis punitivas. Ainda assim, o trabalho essencial dos sistemas de comunidade e organizações de apoio muitas vezes não dispõe de apoio. Não podemos deixar ninguém para trás”, frisou.
De acordo com o ONE, um grupo que trabalha pelo fim da pobreza e de doenças evitáveis na África, o mundo finalmente alcançou “o começo do fim” da pandemia de Aids. Isso porque o número de novas pessoas infectadas com o HIV no último ano foi menor do que o número de soropositivos que passaram a receber medicamentos necessários pela vida toda para controlar a Aids.
Para atuar nos grupos de risco, como homens que mantêm relações com outros homens, a OMS recomendou, em julho, pela primeira vez, que homens homo ou bissexuais, além de usarem preservativos, tomem antirretrovirais como método de prevenção de contágio da Aids.
Testes mostraram que tomando antirretrovirais de forma constante, o risco de contágio cai 92%. De acordo com a entidade de saúde, 13 milhões de pessoas terem acesso aos antirretrovirais, muitas pessoas ainda não contam com serviços de prevenção e tratamento.
(*) com agências